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sábado, 4 de janeiro de 2014

"Cartas na Mesa" de Agatha Christie [Opinião Literária]




Título: Cartas na Mesa
Autora: Agatha Christie
Editora: Edições Asa
Coleção: Obras de Agatha Christie (nº18) / Inspetor-chefe Battle (nº3) / Hercule Poirot (nº13)




Sinopse:

Mr. Shaitana é famoso pela extravagância das festas que promove, bem como pelo subtil e incómodo temor que inspira a todos os que o rodeiam. Razões suficientes para instilar as maiores reservas ao recatado Hercule Poirot. Mas quando Shaitana revela ao detective considerar o assassínio como uma forma de arte e seguidamente o convida para jantar, Poirot não resiste e aceita o convite, curioso que está acerca da misteriosa “colecção” do seu anfitrião. Fazendo jus à fama que o rodeia, Shaitana consegue que a festa supere todas as expectativas. De facto, o que começa por ser uma absorvente noite de bridge vem a transformar-se num jogo de vida ou morte.

Opinião:

Agatha Christie escreve no prefácio deste livro: “Prevalece a ideia de que uma história policial se parece um pouco com uma grande corrida (…) Localize-se a pessoa com menos probabilidade de ter cometido o crime e, quase sempre, a tarefa está terminada. (…) Uma vez que não quero que os meus leitores fiéis ponham de lado este livro descontentes, prefiro avisá-los antecipadamente de que não se trata de um livro desse género. Há apenas quatro corredores, e qualquer um, nas devidas circunstâncias, podia ter cometido o crime”. Não haveria outra maneira de resumir a singularidade desta obra, a maneira única como a autora se debruça sobre a natureza humana e cria um mistério que apenas poderá ser resolvido através da análise da psique do assassino. Nesta estória não temos álibis, nem impressões digitais, nem qualquer pista para auxiliar a investigação. Na verdade, qualquer um dos quatro convidados de uma festa tão excêntrica como o seu anfitrião pode ser o homicida e todos eles já haviam cometido um crime antes. Afinal, Mr. Shaitana pretendia colecionar assassinos que escaparam à justiça!

 A investigação é intrigante e diversificada. Em vez de ser apenas Hercule Poirot a liderar os inquéritos, a autora presenteia-nos com mais três investigadores: a célebre escritora de policiais Ariadne Oliver, o eficiente Inspetor-chefe Battle da Scotland Yard e o perspicaz espião do MI5, o coronel Race – todas personagens recorrentes dos policiais de Agatha Christie. Assim, é interessante verificar como quatro métodos tão diferentes produzem resultados, dando outra dinâmica e vivacidade à investigação.

A única dificuldade que encontrei nesta leitura foi a primazia dada à análise do jogo de bridge em que os suspeitos participaram. Esta é uma das peças-chave para desvendar algumas componentes do mistério mas confesso que não percebo rigorosamente nada deste jogo e portanto não consegui acompanhar alguns dos raciocínios mais importantes de Poirot.

Apesar de ser mais monótona e talvez com menos impacto, é certamente uma estória única no universo de Agatha Christie e percebo perfeitamente o porquê de este ser, segundo a autora, “um dos casos preferidos de Hercule Poirot”!

4 comentários:

  1. Hum... fiquei curiosa com esse livro. Mas um a juntar à lista :)
    Beijinho

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  2. Também fiquei curioso. Ainda me falta muito por descobrir da extensa bibliografia de Agatha Christie :)

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