"Cartas na Mesa" de Agatha Christie [Opinião Literária]
Autora: Agatha
Christie
Editora: Edições Asa
Coleção: Obras de
Agatha Christie (nº18) / Inspetor-chefe Battle (nº3) / Hercule Poirot (nº13)
Sinopse:
Mr. Shaitana é famoso pela extravagância das
festas que promove, bem como pelo subtil e incómodo temor que inspira a todos
os que o rodeiam. Razões suficientes para instilar as maiores reservas ao
recatado Hercule Poirot. Mas quando Shaitana revela ao detective considerar o
assassínio como uma forma de arte e seguidamente o convida para jantar, Poirot
não resiste e aceita o convite, curioso que está acerca da misteriosa
“colecção” do seu anfitrião. Fazendo jus à fama que o rodeia, Shaitana consegue
que a festa supere todas as expectativas. De facto, o que começa por ser uma
absorvente noite de bridge vem a transformar-se num jogo de vida ou morte.
Opinião:
Agatha
Christie escreve no prefácio deste livro: “Prevalece
a ideia de que uma história policial se parece um pouco com uma grande corrida
(…) Localize-se a pessoa com menos probabilidade de ter cometido o crime e,
quase sempre, a tarefa está terminada. (…) Uma vez que não quero que os meus
leitores fiéis ponham de lado este livro descontentes, prefiro avisá-los
antecipadamente de que não se trata de um livro desse género. Há apenas quatro
corredores, e qualquer um, nas devidas circunstâncias, podia ter cometido o
crime”. Não haveria outra maneira de resumir a singularidade desta obra, a
maneira única como a autora se debruça sobre a natureza humana e cria um
mistério que apenas poderá ser resolvido através da análise da psique do
assassino. Nesta estória não temos álibis, nem impressões digitais, nem
qualquer pista para auxiliar a investigação. Na verdade, qualquer um dos quatro
convidados de uma festa tão excêntrica como o seu anfitrião pode ser o homicida
e todos eles já haviam cometido um crime antes. Afinal, Mr. Shaitana pretendia
colecionar assassinos que escaparam à justiça!
A investigação é intrigante e diversificada.
Em vez de ser apenas Hercule Poirot a liderar os inquéritos, a autora
presenteia-nos com mais três investigadores: a célebre escritora de policiais Ariadne
Oliver, o eficiente Inspetor-chefe Battle da Scotland Yard e o perspicaz espião
do MI5, o coronel Race – todas personagens recorrentes dos policiais de Agatha
Christie. Assim, é interessante verificar como quatro métodos tão diferentes produzem
resultados, dando outra dinâmica e vivacidade à investigação.
A única
dificuldade que encontrei nesta leitura foi a primazia dada à análise do jogo
de bridge em que os suspeitos
participaram. Esta é uma das peças-chave para desvendar algumas componentes do
mistério mas confesso que não percebo rigorosamente nada deste jogo e portanto não
consegui acompanhar alguns dos raciocínios mais importantes de Poirot.
Apesar de
ser mais monótona e talvez com menos impacto, é certamente uma estória única no
universo de Agatha Christie e percebo perfeitamente o porquê de este ser,
segundo a autora, “um dos casos
preferidos de Hercule Poirot”!
Hum... fiquei curiosa com esse livro. Mas um a juntar à lista :)
ResponderEliminarBeijinho
Yay adoro influenciar pessoas x)
EliminarBeijinhos*
Também fiquei curioso. Ainda me falta muito por descobrir da extensa bibliografia de Agatha Christie :)
ResponderEliminarTens verdadeiras pérolas à tua espera então :)
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