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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Catarina de Aragão - A Princesa Determinada" de Philippa Gregory [Opinião Literária]

 

Título: Catarina de Aragão – A Princesa Determinada
Autora: Philippa Gregory
Editora: Civilização Editora
Coleção: A Corte dos Tudor (nº1)

Sinopse:
Catarina de Aragão nasce Catarina, Infanta da Espanha, de pais que eram reis e cruzados. Aos três anos, foi prometida ao príncipe Artur, filho herdeiro de Henrique VII de Inglaterra, e é educada para ser Princesa de Gales. Sabe que o seu destino é reinar sobre aquela terra distante, húmida e fria. 
A sua fé é posta à prova quando o futuro sogro a recebe no seu novo país com uma grande afronta; Artur parece ser pouco mais do que uma criança; a comida é estranha e os costumes vulgares. Lentamente, adapta-se à sua primeira corte Tudor, e a vida como mulher de Artur vai-se tornando mais suportável. Inesperadamente, neste casamento arranjado começa a nascer um amor terno e apaixonado. 
Mas, quando o jovem Artur morre, ela tem que construir o seu próprio futuro: como pode ser agora Rainha da Inglaterra e fundar uma dinastia? Só casando com o irmão mais novo de Artur, o alegre, mas mimado, Henrique. O pai e a avó de Henrique são contra; os poderosos progenitores de Catarina revelam-se de pouca utilidade. No entanto, Catarina é filha de sua mãe e o espírito lutador é indomável. Fará qualquer coisa para alcançar o seu objectivo; mesmo que tal implique contar a maior das mentiras, e mantê-la.

Opinião:
Este é o primeiro volume de uma saga cuja temática me fascina: a época Tudor, descrita aqui de uma forma soberba. Neste livro acompanhamos Catarina de Aragão, primeiro como Princesa de Espanha e filha de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, Reis Católicos, e mais tarde, no seu árduo percurso para se Rainha de Inglaterra e, deste modo, atingir o que acredita ser o seu destino.
 A alternância entre uma narrativa na primeira e terceira pessoa é bastante eficaz, uma vez que assistimos ao crescimento e desenvolvimento da personalidade de Catarina, o gradual desvanecimento das suas crenças e convicções férreas. O seu preconceito contra os mouros, fruto das experiências bélicas sua infância, é posta em causa e Catarina começa a aperceber-se que a maior barbaridade está associada à fé cega e à obstrução do conhecimento imposta pelo cristianismo. É interessante observar o crescimento desta personagem, o seu distanciamento da educação que teve na infância, saindo da sombra das convicções resolutas e egoístas da sua mãe.
Surpreendentemente, este livro também acarreta uma grande componente romântica. Apesar de o casamento entre Catarina e Artur, herdeiro ao trono de Inglaterra, ter sido estipulado desde que eram meras crianças, este casamento arranjado acaba por originar uma verdadeira relação de amor e cumplicidade. Mas, obviamente, esta felicidade dá lugar à tragédia e Catarina vê-se forçada a cumprir o seu destino como Rainha de Inglaterra através de uma mentira dolorosa e de um casamento com o futuro Henrique VIII.
Para além da visão feminina que impregna os acontecimentos descritos nesta obra, também existem pormenores de cariz militar que tornam a estória mais dinâmica. A própria Catarina torna-se uma personagem multifacetada, na medida em que se revela como uma excelente estratega militar, liderando a ofensiva a Escócia.
Apesar dos abalos à sua enorme religiosidade, Catarina mantém-se forte e determinada, uma personagem verdadeiramente fascinante. Não conseguimos deixar de admirá-la como mulher e rainha.  
Por sua vez, é interessante observar o crescimento e a personalidade de Henrique VIII e apercebemo-nos de como este nunca deixou de ser um homem egoísta, mimado e altamente influenciável. É, pois, uma personagem que acabamos por repugnar, devido à sua imaturidade e egocentrismo.
A contextualização histórica está muito bem conseguida, imiscuindo detalhes verídicos com diálogos fictícios. Embora a descrição de alguns eventos e personalidades desta obra partam da imaginação da autora, é difícil crer que algo tenha acontecido de forma diferente. Aconselho vivamente aos amantes de romances históricos!
 

6 comentários:

  1. Este é um livro que já li há 2/3 anos, e portanto não me lembro muito bem da história, mas sei que gostei imenso. :)
    Beijinho

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    1. É muito bom, já leste mais algum desta autora? Eu já li o próximo "Duas Irmãs, um Rei" e também gostei imenso!
      Beijinho e boas leituras!

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    2. Demorou mas venho responder xD Sim, já li vários livros da autora - comecei precisamente pela Duas Irmãs, Um Rei e depois li mais alguns que já se apagaram da memória. No entanto o da Rainha Catarina ficou porque adorei a personagem :)

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    3. Mais vale tarde do que nunca xD
      Pois, este é o que tem a protagonista mais marcante sem dúvida :)

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  2. Também adoro a época Tudor! Nada é mais atractivo de que uma família disfuncional e de malucos e ainda por cima, de sangue nobre! Ainda não tive oportunidade de ler Gregory mas, já há muito tempo que ela está na minha wishlist.

    Beijinho*

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    1. Se gostas da época Tudor então tens mesmo que ler esta saga, já li o segundo e também é muito bom! Mal posso esperar para ler os restantes *.*

      Beijinho e boas leituras!

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