"A Ruína" de Jennifer Egan [Opinião Literária]
Título: A Ruína
Autora: Jennifer
Egan
Editora: Saída de
Emergência
Sinopse:
Danny era um
jovem popular e promissor. Howie era obeso, solitário e objecto de chacota. Os
dois primos ficaram marcados na adolescência por uma brincadeira com
consequências trágicas que mudou as suas vidas para sempre. Principalmente a da
vítima, Howie. Vinte anos mais tarde, Howie pede ajuda a Danny para restaurar um
castelo na Europa de Leste. Aparentemente os papéis inverteram--se: o popular
Danny é agora um desempregado a fugir de cobradores a quem nunca devia ter
pedido dinheiro. E Howie é um excêntrico milionário da alta finança que sonha
criar o mais invulgar retiro alguma vez imaginado. O castelo, agora em ruínas,
é um lugar afundado numa herança de sangue e orgulho, invocando todos os
elementos do gótico: um lago, catacumbas secretas, uma velha baronesa e uma
torre misteriosamente intacta... Após a sua chegada, Danny começa a perceber
que cometeu um erro terrível: aquele refúgio perfeito transforma-se no único
lugar de onde se devia manter afastado para sobreviver. Num ambiente de total paranoia,
a ruína torna-se no cenário ideal para a derradeira vingança de Howie. Desta
vez, uma brincadeira com resultados ainda mais catastróficos. Enquanto isso, um
homem cujo nome desconhecemos encontra-se numa prisão de alta segurança por ter
cometido um crime misterioso. Na sua cela, escreve uma história inesquecível: a
de dois primos que se reencontram vinte anos mais tarde para restaurar um
castelo em ruínas na Europa de Leste...
Opinião:
Neste
romance neo-gótico estamos perante um enredo criativo, visionário e com grande
potencial. Mas todo ele é abafado por personagens desinteressantes, diálogos
confusos, e uma escrita desorganizada e inconstante.
As idiossincrasias
das personagens, quando poderiam ser interessantes, são simplesmente absurdas.
Os diálogos entre elas são por vezes bruscos, repletos de palavrões, sem
justificação aparente. A escrita da autora é também muito inconstante, alterna
entre descrições belas e uma narrativa entediante e sem emoção.
O próprio
livro carece de estrutura: não há um início, meio e fim concreto, tudo aparece
misturado, o que torna a leitura demasiado confusa. A execução do enredo é
bastante pobre, as motivações das personagens não são claras e o potencial da
estória perde-se no meio de tanta desorganização. No fundo, é pura e
simplesmente uma desilusão.
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