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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"O Círculo da Morte" de Andrew Pyper [Opinião Literária]


Título: O Círculo da Morte
Autor: Andrew Pyper
Editora: Editorial Presença
Coleção: Minutos Contados (nº23)

Sinopse:
Patrick Rush é um homem cuja vida se encontra em queda livre. Viúvo e há muito assombrado pela solidão paralisante, tem visto a sua carreira de jornalista a regredir constantemente enquanto luta com a responsabilidade de cuidar do filho pequeno e com o sonho de um dia se tornar escritor. É impulsionado por esse sonho que decide inscrever-se numa oficina de escrita criativa ou, como o orientador lhe prefere chamar, o círculo de Kensington. Cedo percebe, porém que ali não vai conhecer nenhum prodígio literário, à excepção talvez de Angela, uma jovem que conta uma história lúgubre e hipnótica sobre uma criança atormentada por uma figura misteriosa que a persegue. Quando, ao mesmo tempo, o bairro onde Patrick vive começa a ser testemunha de acontecimentos com estranhas ligações à história de Angela, as fronteiras entre realidade e ficção tornam-se cada vez mais confusas e perturbadoras. Mas, como qualquer leitor compulsivo, Patrick não consegue deixar de sucumbir à necessidade de saber como a história acaba.

Opinião:
Para quem procura um policial criativo, diferente do que é habitual, este é o livro ideal. É um thriller mais psicológico, não dando grande ênfase à componente criminal ou sangrenta dos crimes. Ao longo de toda a estória, a verdade funde-se com a mentira, sendo impossível dissociá-las e discernir com clareza a realidade.
Patrick é uma personagem perturbada, que deixa o leitor revoltado com algumas das atitudes que toma. Confesso que não é uma personagem principal muito eficaz, pois as decisões que toma são bastante exasperantes. Contudo, é necessário para que o autor possa explorar as temáticas da criatividade literária, dos direitos de autor e do plágio.
As melhores partes são sem dúvida os acontecimentos sobrenaturais, relacionados com o rapto de crianças. Mas serão estes crimes fruto da possível existência de um verdadeiro boogeyman ou de um homem com uma mente perturbada? Durante grande parte do livro é difícil responder a esta questão. A linha entre a realidade e o sobrenatural não está bem definida, deixando o leitor ansioso à medida que a narrativa avança.
Assim, associaria esta obra mais ao género do terror do que a um policial clássico, principalmente devido às emoções arrepiantes que proporciona ao leitor.

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