"O Círculo da Morte" de Andrew Pyper [Opinião Literária]
Título: O Círculo da Morte
Autor: Andrew
Pyper
Editora: Editorial
Presença
Coleção: Minutos
Contados (nº23)
Sinopse:
Patrick Rush
é um homem cuja vida se encontra em queda livre. Viúvo e há muito assombrado
pela solidão paralisante, tem visto a sua carreira de jornalista a regredir
constantemente enquanto luta com a responsabilidade de cuidar do filho pequeno
e com o sonho de um dia se tornar escritor. É impulsionado por esse sonho que
decide inscrever-se numa oficina de escrita criativa ou, como o orientador lhe
prefere chamar, o círculo de Kensington. Cedo percebe, porém que ali não vai
conhecer nenhum prodígio literário, à excepção talvez de Angela, uma jovem que
conta uma história lúgubre e hipnótica sobre uma criança atormentada por uma
figura misteriosa que a persegue. Quando, ao mesmo tempo, o bairro onde Patrick
vive começa a ser testemunha de acontecimentos com estranhas ligações à
história de Angela, as fronteiras entre realidade e ficção tornam-se cada vez
mais confusas e perturbadoras. Mas, como qualquer leitor compulsivo, Patrick
não consegue deixar de sucumbir à necessidade de saber como a história acaba.
Opinião:
Para quem
procura um policial criativo, diferente do que é habitual, este é o livro
ideal. É um thriller mais psicológico,
não dando grande ênfase à componente criminal ou sangrenta dos crimes. Ao longo
de toda a estória, a verdade funde-se com a mentira, sendo impossível
dissociá-las e discernir com clareza a realidade.
Patrick é
uma personagem perturbada, que deixa o leitor revoltado com algumas das
atitudes que toma. Confesso que não é uma personagem principal muito eficaz,
pois as decisões que toma são bastante exasperantes. Contudo, é necessário para
que o autor possa explorar as temáticas da criatividade literária, dos direitos
de autor e do plágio.
As melhores
partes são sem dúvida os acontecimentos sobrenaturais, relacionados com o rapto
de crianças. Mas serão estes crimes fruto da possível existência de um
verdadeiro boogeyman ou de um homem
com uma mente perturbada? Durante grande parte do livro é difícil responder a
esta questão. A linha entre a realidade e o sobrenatural não está bem definida,
deixando o leitor ansioso à medida que a narrativa avança.
Assim, associaria esta obra mais ao género do
terror do que a um policial clássico, principalmente devido às emoções
arrepiantes que proporciona ao leitor.
0 comentários: