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domingo, 27 de janeiro de 2013

"Filhos do Abandono" de Torey Hayden [Opinião Literária]


Título: Filhos do Abandono
Autora: Torey Hayden
Editora: Editorial Presença

Coleção: Grandes Narrativas (nº394)
Sinopse:
Durante décadas Torey Hayden tem sido uma luz na escuridão para muitas crianças com distúrbios comportamentais graves. Além de terapeuta exímia e criativa, ela é uma mulher extraordinária pela generosidade e persistência com que se liga aos seus «casos». Especializada em «mutismo electivo», trabalha agora num hospital, na unidade de pedopsiquiatria. Neste livro, ela ocupa-se de Cassandra, uma menina que apenas com seis anos foi raptada pelo pai, só regressando a casa da mãe quase dois anos depois. O seu comportamento alterna entre períodos de silêncio e um comportamento errático e agressivo, levando a supor ter sido vítima de abusos graves. Drake, de quatro anos, é pelo contrário um rapazinho encantador, cativante e carismático. Parece adaptar-se bem a novos ambientes, mas incompreensivelmente não fala de todo, a não ser com a própria mãe. O seu autoritário avô, um brilhante homem de negócios exige que Torey se ocupe dele e o «conserte» rapidamente… E, embora nunca tenha trabalhado com adultos, Torey é ainda chamada a ocupar-se de uma idosa que, após um AVC, se refugiou num mutismo depressivo. Cada história desenrola-se um pouco como um caso policial – Hayden vai descobrindo o que se esconde por detrás do mistério daqueles silêncios a partir dos mais ínfimos e subtis indícios.

Opinião:
Torey Hayden retrata mais uma vez a sua experiência profissional no âmbito da psicologia. Porém, neste livro surgem três casos, duas crianças e uma idosa, cada qual com os seus motivos para permanecerem mudos, os quais Torey terá que desvendar.
Cassandra é uma menina que apenas conhece o pior lado da vida, vítima de um passado terrível. As descrições do sofrimento que sofreu durante a infância são brutais e levaram-me a cerrar os dentes com a fúria que despertam.
Por outro lado, Drake é o símbolo de como as expectativas demasiado altas e as regras rígidas podem levar uma criança tão pequena a sentir-se afogada perante tanta pressão por parte da sua família.
Por sua vez, Gerda, a senhora idosa, tem de lidar com o pior que a velhice pode acarretar: a solidão e a dependência física. Este é um alerta muito importante para o mundo atual. Com o aumento exponencial da esperança média de vida e o consequente aumento da população idosa, é necessário não esquecer todos os idosos que por vezes são isolados, maltratados e renegados pela sociedade.
Torey Hayden retrata três estórias tristes e profundamente comoventes, de abusos e violência, de vivências terríveis e situações bárbaras e repugnantes. A injustiça está patente ao longo deste livro mas mais uma vez Torey demonstra como o amor tem todo o poder para suplantar o lado mais negro da vida.

5 comentários:

  1. ADORO A TOREY!! É uma grande fonte de inspiração para mim! Este foi um dos livros que mais gostei! Adorei a Cassandra e o Drake (dois meninos muito especiais)...

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    1. Também adoro esta autora, escreve livros muito fortes mas honestos! Ainda só tive a oportunidade de ler este e "A Criança que não queria falar" e "A Menina que nunca chorava" (outros livros fantásticos)... Tenho que ler mais um dela este ano, a ver se mato as saudades :P Aconselhas algum?

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    2. Sim... "A força dos afectos" é um livro intenso e desta vez também ajuda a mãe de uma criança... Lindo o livro! Mas digo-te que é difícil indicar um preferido... Todos eles, para mim, são de leitura obrigatória... Durante o meu estágio fui muitas vezes aos livros dela buscar inspiração para os meus próprios casos.. Todos eles ensinam alguma coisa... Com todos eles aprendo imenso!!

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    3. É engraçado como também senti que os livros dela me ajudaram a lidar com uma situação no meu estágio anterior, em que tive que lidar com crianças com necessidades educativas especiais... Realmente aprendi imenso! Vou ter que ler "A Força dos Afectos" então :)

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    4. :) Acredita que ela para mim é uma grande fonte de inspiração... Por vezes só em ler aquilo que ela fazia conseguia imaginar outras coisas para as minhas sessões... Ai que saudades ;(!!

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