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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"O Braço Esquerdo de Deus" de Paul Hoffman [Opinião Literária]


Título: O Braço Esquerdo de Deus

Autor: Paul Hoffman

Editora: Porto Editora

Coleção: Trilogia O Braço Esquerdo de Deus

Sinopse:

A sua chegada foi profetizada. Dizem que ele destruirá o mundo. Talvez o faça…

«Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, pois lá ninguém encontra santuário e muito menos redenção.»

O Santuário dos Redentores é um lugar vasto e isolado – um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá ainda em criança e submetida durante anos ao brutal regime dos Redentores, cuja crueldade e violência têm apenas um objectivo – servir a Única e Verdadeira Fé. Num dos lúgubres e labirínticos corredores do Santuário, um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. Terá talvez uns catorze ou quinze anos, não sabe ao certo, ninguém sabe, e há muito que esqueceu o seu nome verdadeiro. Agora chamam-lhe Cale. É um rapaz estranho e reservado, engenhoso e fascinante. Está tão habituado à crueldade que parece imune a ela, até ao dia em que abre a porta errada na altura errada e testemunha um acto tão terrível que a única solução possível é a fuga. Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço… Não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia.

Opinião:

Este é um livro estranhamente viciante. E porquê estranhamente? Porque simplesmente não era nada do que estava a espera: para um livro de fantasia, não possui componentes que o definam como tal; alguns diálogos evidenciam um tom juvenil mas as descrições intensas e violentas contradizem este facto; o mundo criado pelo autor é inicialmente bem desenvolvido para depois carecer de aprofundamento. Contudo, o enredo tem o seu encanto e acaba por suplantar algumas falhas.

As personagens são marcantes e a estória possui elementos históricos e religiosos interessantes. Na verdade, denota-se uma crítica subjacente à religião organizada e ao extremismo que esta pode alcançar.

Apesar de assentar sobre alguns lugares-comuns do género, a estória não é desprovida de frescura ou originalidade. Hoffman deixa o leitor constantemente curioso relativamente ao rumo que a estória de Cale levará, o que me motiva bastante para ler o próximo volume.  


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