"O Prisioneiro do Céu" de Carlos Ruiz Záfon [Opinião Literária]
Autor: Carlos Ruiz
Záfon
Editora: Planeta
Coleção: O Cemitério
dos Livros Esquecidos (nº3)
Sinopse:
Barcelona, 1957. Daniel Sempere e o amigo
Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, regressam à aventura, para
enfrentar o maior desafio das suas vidas.
Quando tudo lhes começava a sorrir, uma inquietante personagem visita a livraria de Sempere e ameaça revelar um terrível segredo, enterrado há duas décadas na obscura memória da cidade. Ao conhecer a verdade, Daniel vai concluir que o seu destino o arrasta inexoravelmente a confrontar-se com a maior das sombras: a que está a crescer dentro de si.
Transbordante de intriga e de emoção, O
Prisioneiro do Céu é um romance magistral, que o vai emocionar como da
primeira vez, onde os fios de A Sombra do Vento e de O
Jogo do Anjo convergem através do feitiço da literatura e nos conduzem
ao enigma que se esconde no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos.
Opinião:
Carlos Ruiz
Záfon regressa mais uma vez à envolvente cidade de Barcelona nos anos 50, dando
pleno uso à escrita magistral com que já nos habituou nos volumes anteriores. Alternando
entre os momentos nesta época e analepses fascinantes, o autor estabelece uma
excelente caracterização histórica acerca dos cruéis anos 30, marcados pelo
regime fascista liderado pelo General Franco. Um testemunho vívido das barbáries
cometidas em nome da ambição de um homem, aliado a uma estória intrigante sobre
família, vingança e redenção.
A familiaridade
das personagens ajudou a cimentar este encanto inicial, na medida em que o
reencontro com Daniel Sempere, Fermín Romero de Torres e David Martín constituiu
uma experiência enternecedora para quem, como eu, os adora!
Contudo, este
início tão envolvente diluiu-se num enredo frágil, insípido, demasiado linear… A
narrativa carece emoção e não me conseguiu prender como os livros precedentes. Resta
a desconfortável sensação de um final inacabado, pouco esclarecedor ou sequer
satisfatório. A essência da saga mantém-se, com uma aura de magia e intriga
muito própria, mas a sua concretização foi dececionante. Aguardo com alguma
expectativa o último volume da série, simplesmente para poder regressar à
Barcelona enfeitiçadora que tanto me fez apaixonar.
Eu gostei dO Prisioneiro do Céu mas, tal como te tinha dito, faltam-lhe páginas. O final é muito abrupto. Precisamos já do próximo livro! :P
ResponderEliminarPrecisamos mesmo!! Este deixou-me desconsolada :/ Espero que o último não desiluda!
EliminarGostei imenso da Sombra do Vento mas estou com receio de chegar até este precisamente por já ter lido vários comentários pouco simpáticos.
ResponderEliminarLê "O Jogo do Anjo" à vontade porque é fantástico, recomendo vivamente! Quanto a este, bem, digamos que deixa muito a desejar e peca em comparação com os anteriores. Ainda assim, não é uma má leitura, de todo.
EliminarNunca li nenhum livro desta saga por esta simples questão - o típico assunto fascista que normalmente encanta os leitores (apesar de não existerem assim tantos livros sobre Franco/que apresentam esta época). Nesta saga, há uma boa descrição da época? O escritor não cai em exageros históricos?
ResponderEliminarPessoalmente, não creio que o autor caia em exageros históricos, pareceu-me uma boa caracterização da época. No entanto, tenho de frisar que a aura mística em redor da estória poderá por vezes criar um cenário mais irrealista. Ainda assim, aconselho vivamente a leitura da saga!
EliminarEspero que tenha sido esclarecedora ;)
Oh não... Queria tanto ler este! Mas sinceramente, estou com bastante medo. A Sombra do Vento e o Jogo do Anjo são fenomenais e não sei como vou encarar esta continuação.
ResponderEliminarBeijinhos Mónica*
É precisamente esse o problema: os anteriores são tão bons que este fica aquém das expectativas :/ Mas aconselho na mesma a leitura, nem que seja como uma espécie de prólogo para o final...
EliminarBeijinhos*