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domingo, 24 de março de 2013

"O Beijo da Meia-Noite" de Lara Adrian [Opinião Literária]

Título: O Beijo da Meia-Noite
Autora: Lara Adrian
Editora: Quinta Essência
Coleção: Raça da Noite (nº1)

Sinopse:
Gabrielle Maxwell, uma reconhecida artista de Boston, celebra o êxito da sua última exposição exclusiva. Entre a acalorada multidão, sente a presença de um sensual desconhecido que desperta nela as fantasias mais profundas. Mas nada relacionado com essa noite nem com esse homem é o que parece. À saída, Gabrielle presencia um homicídio e, a partir desse momento, a realidade converte-se em algo escuro e mortífero, e ela entra num submundo que nunca soube que existia, habitado por vampiros urbanos.
Lucan Thorne é um vampiro, um guerreiro da Raça, que nasceu para proteger os seus - assim como os humanos que com ele coexistem - da crescente ameaça dos vampiros renegados. Lucan não pode correr o risco de se unir a uma humana, mas quando Gabrielle se converte no alvo dos seus inimigos, não tem escolha e é forçado a levá-la para esse outro mundo que lidera, no qual serão devorados por um desejo selvagem e insaciável. Nos braços do formidável líder da Raça, Gabrielle irá enfrentar um extraordinário destino de perigo, de sedução e dos mais sombrios prazeres...

Opinião:
Esta é uma obra que alia na perfeição romance com paranormal, erotismo com ação constante, fantasia com mistério…  Confesso que, dada a quantidade excessiva de literatura vampírica no mercado atual, não esperava nada de novo desta leitura. Duvidava que mais uma versão desta temática sobrenatural fosse capaz de me surpreender. Contudo, acabei por apreciar a mitologia vampírica desta obra. Não é escandalosamente inovadora, mas gostei da génese criada pela autora.
Neste mundo, os humanos desconhecem a existência de vampiros, sendo estes divididos em duas castas: membros da Raça, vampiros guerreiros e protetores da humanidade, e os Renegados, vampiros e assassinos sem piedade, irremediavelmente perdidos para a sede de sangue. Gostei desta dualidade entre o bem e o mal, mesmo no caso de vampiros. No entanto, a componente de mistério e perigo que associamos ao carácter de um vampiro mantém-se mesmo no caso dos membros da Raça, apesar de escolherem controlar a sua sede de sangue.
Outra particularidade interessante é a explicação da origem dos vampiros, que, sem querer revelar demasiado, assenta numa premissa algo diferente: vida extraterrestre. Mais ainda, todos os vampiros são do sexo masculino e apenas podem gerar descendência com as suas Companheiras de Raça (mulheres humanas com características únicas no seu ADN para se reproduzirem com vampiros). Este é um ponto muito positivo no enredo, pois garante que o destaque não é dirigido apenas aos protagonistas masculinos nesta saga.
Este primeiro volume centra-se na estória de Gabrielle e Lucan. A primeira é uma mulher inteligente, uma fotógrafa com uma essência artística muito instintiva, mas com fraquezas e inseguranças que lhe proporcionam maior densidade. Enquanto personagem feminina funciona muito bem, com a sua personalidade cativante e o realismo das suas vulnerabilidades. Lucan, por outro lado, é, inicialmente, um autêntico mistério. Enigmático, reservado, Lucan é um vampiro guerreiro, líder da Raça, que nunca baixa as suas defesas. Adorei a forma como o desejo e amor que o consome, tanto quanto a crescente sede quase incontrolável de sangue, o mudam ao longo da narrativa, tornando-o vulnerável, mais sensível, para se tornar, no final, num livro completamente aberto. A evolução da atração física entre ambos para algo mais está bem conseguida, de uma forma subtil, apesar de previsível.
Para além do foco central nesta relação, o leitor é levado a conhecer uma panóplia de personagens secundárias fascinantes, das quais destaco os restantes membros da Raça e companheiros de guerra de Lucan. Cada livro desta saga focar-se-á num destes vampiros, o que me deixa bastante entusiasmada para acompanhar esta série, pois estou curiosa para desvendar o passado de cada um deles (principalmente do Tegan – uma personagem envolta em segredos e mistério).   
A narrativa é dinâmica, intercalando os momentos mais românticos com cenas de ação empolgantes. Apreciei o facto de a autora não se coibir de matar personagens, mesmo que secundárias, nem de utilizar uma traição íntima e profunda para adensar o enredo. Fiquei agradavelmente surpreendida pois, na maioria das estórias, tudo parece correr demasiado bem e sem grandes percalços. Neste caso, gostei deste cariz imprevisível, para compensar a previsibilidade da componente romântica.  
Com laivos de suspense, erotismo, ação e romance em doses equilibradas, Lara Adrian permeia os seus leitores com uma trama bem consolidada, repleta de pormenores sedutores e aliciantes. Esta leitura foi uma agradável surpresa, que me deixou a ansiar pelos próximos volumes!

16 comentários:

  1. Que saudades de Lara Adrian! Li este livro em 2011. Tal como tu, acho que não traz nada de novo sobre os vampiros, mas a forma como a escritora desenvolve narrativa cativa-nos desde a primeira página. Ainda bem que gostaste! Eu ainda não li mais nenhum livro desta série :(

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    1. Exato, não é inovador mas a autora cativa bem o leitor! Eu tenho que arranjar o 2º volume para ler, quero mesmo continuar a série! :)

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    2. Eu consegui este primeiro volume na biblioteca. Também gostaria de ler os próximos espero que a biblioteca os consiga :)

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    3. Ao menos a tua biblioteca é inteligente, na minha só há o 3º O.o --'

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    4. Pois... Mas deixa lá que na minha acontecem com outras colecções, por exemplo com a Academia de Vampiros só tem o 2º e o 3º. Não sei como é que funciona a entrada de livros nas bibliotecas, mas acho que deveriam ter este tacto com as séries.

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    5. Acho mesmo mau, dá um ar de completa desorganização e desinteresse... Parece que não há ninguém a controlar isto ou se há, é um bocado retardado --'

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    6. Totalmente de acordo... Por vezes, acho que a maioria das pessoas que ali trabalha não gosta muito de ler e dos livros. Há, inclusive, pessoas com uma tremenda cara de "frete" quando estão a fazer as requisições (na minha biblioteca há uma assim). O que gosto mesmo é de um senhor e uma senhora que lá estão que costumam dar a opinião deles sobre os livros. Adoro quando são eles que lá estão!

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    7. Quem me dera ter desse tipo de funcionários na minha biblioteca! É só pessoas que parecem gostar mais de estar atrás de uma secretária do que interagir com os leitores e mesmo com os livros! Então quando lhes peço alguma coisa, tipo ajuda para encontrar um livro ou mesmo para requisitar, credo, parece que me estão a fazer um favor --' Às vezes apetece-me dizer-lhes: "olhe, mas não é para isto que lhe pagam?" --'

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    8. É muito triste! :( A quantidade de pessoas que não tem emprego e que poderiam estar a ocupar aquele lugar de uma forma mais eficaz... Sou muito sincera não me importava nada de trabalhar numa biblioteca.

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    9. Concordo plenamente! Eu também não me importava nada de trabalhar numa biblioteca, rodeada de livros *.* Aproveitava logo para meter conversa sobre livros ehehe ^^

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  2. Respostas
    1. Eu sabia!! Tinha que ser, já estou a ver que vai ser a minha perdição *.*

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    2. Já falta pouco para chegares ao dele :p

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  3. Olá! Deixei-te um selinho em:
    http://paginas-encadernadas.blogspot.pt/2013/03/desafio-arco-iris-cores-do-romance.html

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