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segunda-feira, 18 de março de 2013

"Amores Rebeldes" de Melissa Marr [Opinião Literária]

Título: Amores Rebeldes
Autora: Melissa Marr
Editora: Saída de Emergência
Coleção: Wicked Lovely (nº1)

Sinopse:
REGRA # 3:
Não olhar para fadas invisíveis.
Desde que nasceu, Aislinn sempre viu fadas. Poderosas e perigosas, elas caminham ocultas entre os mortais. Aislinn tenta passar despercebida pois estes seres não gostam de ser descobertos e costumam castigar com crueldade as pessoas que detectam a sua presença.

REGRA # 2:
Não falar com fadas invisíveis. Agora as fadas perseguem Aislinn. O rei das fadas Keenan, aterrorizante e sedutor, tenta cativar Aislinn, fazendo perguntas que ela tem medo de responder.

REGRA # 1:
Nunca chamar a atenção delas. Agora é tarde demais... Keenan, o Rei do Verão anda numa busca incansável pela sua rainha há nove séculos e está determinado a converter Aislinn na sua rainha a qualquer custo.
Quando as regras secretas que sempre a tinham protegido deixam de funcionar, de repente está tudo em risco: a sua liberdade; o seu melhor amigo, Seth; a sua vida; tudo. Intrigas sobrenaturais, amores mortais, e confrontos entre reis antigos e expectativas modernas cruzam-se no enredo deste espantoso conto de fadas que Melissa Marr imaginou para o século vinte e um.

Opinião:
Esta é uma boa aposta para os fãs do género young-adult, que converge em alguns pontos para a fantasia urbana, combinando componentes do fantástico com uma doce estória de amor. A mitologia feérica apresentada neste livro é rica e diversificada, com diferentes espécies de fadas e características muito peculiares. Na verdade, embora o termo “fada” possa simbolizar algo etéreo e bondoso, neste livro são caracterizados como seres perigosos, traiçoeiros e nada amistosos. Apreciei bastante este versão mais dark da típica caracterização de uma fada, mas por vezes perdi-me na quantidade de subespécies de fadas existentes e em que medida diferem umas das outras. Na minha opinião, a mitologia deveria ter sido melhor esclarecida, principalmente no início.
Quanto ao enredo em si, superou as minhas expectativas nalguns aspetos, na medida em que nos apresenta uma sólida estória de intrigas na corte (das fadas, neste caso), de ambição desmedida e da ânsia por poder.
Contudo, a protagonista, Aislinn, é demasiado unidimensional e pouco explorada. Ao longo da leitura senti que faltava algo, talvez uma melhor análise ao seu passado, enquanto órfã, e à sua ligação forte com a sua avó, pois sem dúvida que me ajudaria a criar mais empatia com esta personagem. Se não fosse por Donia, a melhor personagem feminina da estória, talvez não tivesse apreciado tanto o livro. Donia, a Menina do Inverno, destaca-se pelo seu passado, pela forma como se sacrificou por amor e como esse amor não foi suficiente. Agora, passará a eternidade a tentar convencer outras jovens eleitas a não cederem aos encantos do homem que ainda ama. A complexidade das suas emoções está muito bem conseguida, espero que tenha ainda mais protagonismo nos próximos volumes.
Relativamente à vilã, Beira, a Rainha do Inverno, esta é dominado por uma crueldade gélida, perversa, sem escrúpulos. No entanto, peca pela falta de análise às suas motivações e à sua ligação com o seu filho Keenan, acabei por não perceber a verdadeira dimensão da sua maleficência, o que a tornou um pouco cliché.
Em relação ao triângulo amoroso nesta estória, acabei por nem sequer considerá-lo verdadeiramente. Para mim só haveria uma opção: Seth, o companheiro leal e pilar de apoio a Aislinn. Uma personagem que conquista pela sua personalidade e carisma. Quanto a Keenan, é demasiado apagado, presumido e interesseiro para ser um bom candidato ao coração de Aislinn. Na verdade, Keenan apenas precisa de uma Rainha para salvar o reino e derrotar a sua mãe. Por conseguinte, nunca torci verdadeiramente pelo romance entre o Rei do Verão e Aislinn. No entanto, fiquei incrivelmente intrigada pelas suas relações anteriores com as suas Meninas do Verão, pelo que gostaria que fossem mais exploradas nos próximos volumes. As suas interações com Donia foram muito interessantes e também espero um maior foco no passado de ambos.    
Em suma, é uma narrativa fluída, com alguns pontos que poderiam ter sido melhor explorados, mas que cativa e embrenha o leitor no mundo que a autora criou. Sem dúvida uma leitura bastante descontraída, mais direcionada para um público-alvo juvenil mas que um adulto apreciará como entretenimento.

2 comentários:

  1. Tenho gostado muito de ler esta saga. Já li os primeiros quatro livros (não sei quantos restam), e apesar de gostar mais de uns do que de outros, a verdade é que até é uma lufada de ar fresco, tendo em conta todas as sagas sobrenaturais que têm sido publicadas! :)
    Beijinho

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    1. Pois, realmente pareceu-me muito diferente das outras sagas YA sobrenaturais, o que é muito bom :) Espero que se mantenha assim nos próximos volumes :P

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