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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Duas Irmãs, Um Rei" de Philippa Gregory [Opinião Literária]

Título: Duas Irmãs, Um Rei
Autora: Philippa Gregory
Editora: Civilização Editora
Coleção: A Corte dos Tudor (nº2)

Sinopse:
Duas Irmãs, Um Rei apresenta uma mulher com uma determinação e um desejo extraordinários que viveu no coração da corte mais excitante e gloriosa da Europa e que sobreviveu ao seguir o seu próprio coração.
Quando Maria Bolena, uma rapariga inocente de catorze anos, vai para a corte, chama a atenção de Henrique VIII. Deslumbrada com o rei, Maria Bolena apaixona-se por ele e pelo seu papel crescente como rainha não oficial. Contudo, rapidamente se apercebe de que não passa de um peão nas jogadas ambiciosas da sua própria família. À medida que o interesse do rei começa a desvanecer-se, ela vê-se forçada a afastar-se e a dar lugar à sua melhor amiga e rival: a sua irmã, Ana. Então Maria sabe que tem de desafiar a sua família e o seu rei, e abraçar o seu destino. Uma história rica e cativante de amor, sexo, ambição e intriga.

Opinião:
A partir deste livro iniciamos uma viagem até ao século XVI, mais concretamente, até à corte de Henrique VIII. Neste contexto exploramos o papel da mulher numa sociedade em que a posição na corte depende do favor do Soberano, onde os jogos de sedução são a maneira ideal para uma mulher ascender na hierarquia.
Inicialmente, é Maria Bolena que desperta o interesse do Rei e desfruta dos luxos associados a uma amante real. Porém, rapidamente descobre que a sua função consiste em ser um mero peão nas mãos da sua família. A ambição desmedida dos Bolena tem um único objetivo: destronar a Rainha Catarina, que conhecemos no volume anterior, e tornar Maria na nova Rainha de Inglaterra. No entanto, Henrique, um homem caprichoso, desvia a sua atenção para Ana, irmã de Maria. É assim que irmãs se tornam rivais numa corte onde o poder se sobrepõe à família ou à moral.
É interessante observar a evolução de Henrique, desde um menino mimado em Catarina de Aragão, para um homem egocêntrico e habituado a ter tudo o que quer. Ana Bolena compreende instintivamente a verdadeira natureza deste Rei e é esse o seu trunfo.  Ana é sem dúvida uma personagem fabulosa, incapaz de deixar qualquer leitor indiferente. Uma mulher imparável, astuta, sedutora e ambiciosa, que não olha a meios para atingir o fim que pretende.
Adorei esta perspetiva muito humana e realista, ainda aplicável na atualidade: a sede de poder é capaz de mover montanhas, ainda que o preço a pagar seja elevado. Mesmo os interesses supostamente divinos e religiosos são, no fundo, dirigidos para um único propósito: um maior poder. Um livro que demonstra bem a hipocrisia humana na época.
Mais uma vez, Philippa Gregory reúne uma rigorosa pesquisa histórica para proporcionar ao leitor uma experiência única: a viagem a uma época distante, com personagens ricas e cativantes, associando acontecimentos históricos a detalhes fictícios de uma forma perfeitamente credível. Uma excelente leitura, não apenas para os fãs de romance histórico, mas principalmente para quem aprecia uma boa estória de intrigas e traição.

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