"Duas Irmãs, Um Rei" de Philippa Gregory [Opinião Literária]
Título: Duas Irmãs, Um Rei
Autora: Philippa
Gregory
Editora: Civilização
Editora
Coleção: A Corte dos
Tudor (nº2)
Sinopse:
Duas Irmãs, Um Rei apresenta
uma mulher com uma determinação e um desejo extraordinários que viveu no
coração da corte mais excitante e gloriosa da Europa e que sobreviveu ao seguir
o seu próprio coração.
Quando Maria
Bolena, uma rapariga inocente de catorze anos, vai para a corte, chama a
atenção de Henrique VIII. Deslumbrada com o rei, Maria Bolena apaixona-se por
ele e pelo seu papel crescente como rainha não oficial. Contudo, rapidamente se
apercebe de que não passa de um peão nas jogadas ambiciosas da sua própria família.
À medida que o interesse do rei começa a desvanecer-se, ela vê-se forçada a
afastar-se e a dar lugar à sua melhor amiga e rival: a sua irmã, Ana. Então
Maria sabe que tem de desafiar a sua família e o seu rei, e abraçar o seu
destino. Uma história rica e cativante de amor, sexo, ambição e intriga.
Opinião:
A partir
deste livro iniciamos uma viagem até ao século XVI, mais concretamente, até à
corte de Henrique VIII. Neste contexto exploramos o papel da mulher numa
sociedade em que a posição na corte depende do favor do Soberano, onde os jogos
de sedução são a maneira ideal para uma mulher ascender na hierarquia.
Inicialmente,
é Maria Bolena que desperta o interesse do Rei e desfruta dos luxos associados
a uma amante real. Porém, rapidamente descobre que a sua função consiste em ser
um mero peão nas mãos da sua família. A ambição desmedida dos Bolena tem um
único objetivo: destronar a Rainha Catarina, que conhecemos no volume anterior,
e tornar Maria na nova Rainha de Inglaterra. No entanto, Henrique, um homem
caprichoso, desvia a sua atenção para Ana, irmã de Maria. É assim que irmãs se
tornam rivais numa corte onde o poder se sobrepõe à família ou à moral.
É
interessante observar a evolução de Henrique, desde um menino mimado em Catarina de Aragão, para um homem egocêntrico
e habituado a ter tudo o que quer. Ana Bolena compreende instintivamente a verdadeira
natureza deste Rei e é esse o seu trunfo. Ana é sem dúvida uma personagem fabulosa,
incapaz de deixar qualquer leitor indiferente. Uma mulher imparável, astuta, sedutora
e ambiciosa, que não olha a meios para atingir o fim que pretende.
Adorei esta
perspetiva muito humana e realista, ainda aplicável na atualidade: a sede de
poder é capaz de mover montanhas, ainda que o preço a pagar seja elevado. Mesmo
os interesses supostamente divinos e religiosos são, no fundo, dirigidos para
um único propósito: um maior poder. Um livro que demonstra bem a hipocrisia
humana na época.
Mais uma
vez, Philippa Gregory reúne uma rigorosa pesquisa histórica para proporcionar
ao leitor uma experiência única: a viagem a uma época distante, com personagens
ricas e cativantes, associando acontecimentos históricos a detalhes fictícios
de uma forma perfeitamente credível. Uma excelente leitura, não apenas para os
fãs de romance histórico, mas principalmente para quem aprecia uma boa estória
de intrigas e traição.
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