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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"Morte no Teatro La Fenice" de Donna Leon [Opinião Literária]


Título: Morte no Teatro La Fenice

Autor: Donna Leon

Editora: Planeta

Coleção: Série Comissario Brunetti (nº1)

Sinopse:

Brunetti, funcionário exemplar da polícia de Veneza, tem um instinto infalível, agilidade na acção e gentileza no trato com vivos e mortos, características que o tornam um concorrente à altura das grandes personagens no género.
Neste livro, Brunetti investiga o caso do reputado maestro Wellauer, encontrado morto no seu camarim no Teatro La Fenice, após dirigir o primeiro acto da ópera La Traviata, de Verdi. O comissário vê-se imediatamente confrontado com um problema que o faz pensar e com um vasto leque de suspeitos: a prima donna Flávia Petrelli, que é uma rapariga mimada e egoísta; o director que estava furioso com a recusa do maestro em actuar num teatro muito conceituado; uma jovem esposa; uma soprano extraordinária e mentirosa e um director de teatro homossexual que tivera uma discussão com o maestro pouco antes do crime. Perplexo, Guido Brunetti interroga-se sobre quem calou para sempre o mais eloquente maestro do Ocidente.

Opinião:

Donna Leon agrupa nesta obra os elementos essenciais de um bom policial: um enredo misterioso e empolgante, uma personagem principal extremamente carismática e descrições detalhadas de uma cidade impressionante.

Esta estória tem como pano de fundo a belíssima cidade de Veneza, retratada pela autora de uma forma realista mas mantendo o misticismo habitualmente associado a este local. As descrições são detalhadas mas não massudas, ajudam o leitor a visualizar e a embrenhar-se na narrativa.

A personagem principal é uma das mais invulgares que já conheci num policial: Guido Brunetti tem uma vida ideal, um casamento sólido e uma família feliz. No fundo, é uma personagem sem problemas pessoais que interfiram com o seu trabalho! E esta é uma brisa de ar fresco, um conceito inovador mas que funciona muito bem. Brunetti é sensato e capaz de levar testemunhas e suspeitos a divulgar informações importantes numa simples conversa informal. E é este tom divertido e humorístico que torna esta obra diferente de tantas outras do mesmo género.

Não posso afirmar que a identidade do assassino me tenha surpreendido, mas o raciocínio de Brunetti e o desenlace final são arrebatadores. Este não é um livro de procedimentos laboratoriais ou técnicas forenses revolucionárias, mas sim um jogo de mentes entre o detetive e o assassino. É um policial que não precisa de sangue ou mortes macabras para agradar facilmente ao leitor.


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