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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

"Terra Sombria" de Alyson Nöel [Opinião Literária]




Título: Terra Sombria
Autora: Alyson Noël
Editora: Gailivro
Coleção: Os Imortais (nº3)




16:40 Publicada por Unknown 2

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

"O Cântico dos Mendini" de Brian Keaney [Opinião Literária]




Título: O Cântico dos Mendini
Autor: Brian Keaney
Editora: Gailivro
Coleção: As Promessas do Dr. Sigmundus (nº3)




22:49 Publicada por Unknown 2

sábado, 23 de novembro de 2013

"O Despertar das Trevas" de Karen Chance [Opinião Literária]

Título: O Despertar das Trevas

Autora: Karen Chance

Editora: Gailivro

Coleção: Série Cassandra Palmer (nº1)

Sinopse:

Cas­san­dra Pal­mer con­se­gue ver o futuro e comu­ni­car com espí­ri­tos, dons que a tor­nam atra­ente para os mor­tos e mortos-​vivos. Os fan­tas­mas dos mor­tos não cos­tu­mam ser peri­go­sos, ape­nas gos­tam de con­ver­sar… e muito. O mortos-​vivos já são outra con­versa.

Como qual­quer rapa­riga sen­sata, Cas­sie tenta evi­tar os vam­pi­ros. Mas, quando o mafi­oso suga­dor de san­gue a quem fugira há três anos a reen­con­tra com intui­tos de vin­gança, Cas­sie é obri­gada a recor­rer ao Senado dos vam­pi­ros em busca de pro­tec­ção.

Os sena­do­res dos mortos-​vivos não irão ajudá-​la sem con­tra­par­ti­das. Cas­sie terá de cola­bo­rar com um dos seus mem­bros mais pode­ro­sos, um vam­piro mes­tre peri­go­sa­mente sedu­tor. E o preço que ele exige poderá ser supe­rior ao que Cas­sie está dis­posta a pagar…

Opinião:

Partindo de uma premissa que me parecia já bastante gasta – afinal, os vampiros são as criaturas que mais abundam no género fantástico –, confesso que não tinha expectativas muito altas para esta leitura. No entanto, tenho de dar o braço a torcer e admitir que Karen Chance conseguiu trazer algo suficientemente original, incluindo uma série de seres mitológicos e criando um sistema hierárquico muito interessante.   

A protagonista, Cassie, é uma verdadeira heroína e uma jovem que anseia pela independência acima de tudo (um grande ponto a favor!) e as restantes personagens são cativantes e inusitadas (um destaque especial para o seu espírito da guarda, Billy Joe, cuja dinâmica com Cassie é imperdível). Um aspeto curioso relativamente às personagens secundárias é a introdução de figuras históricas na narrativa. Desde Cleópatra a Drácula e os seus irmãos, passando por Rasputin, Kit Marlowe, Jack o Estripador, a autora utiliza estas e muitas outras figuras da História como intervenientes na estória. Porém, embora inicialmente tenha apreciado este facto, a meio do livro chegou um momento em que estas referências se tornaram num exagero.

Contudo, o verdadeiro problema nesta obra é a carrada de informação que Karen Chance despeja no leitor sem grande contexto ou fluidez. Os info-dumps neste livro são constantes e tornam a estória desconexa e muito maçuda. A própria mitologia é bastante complexa e é impossível entrar no ritmo de uma estória quando somos bombardeados com inúmeras informações sobre os mais diversos assuntos a todos os instantes. Não estou a exagerar, a autora é capaz de interromper a descrição de uma luta para explicar todos os pequenos detalhes da história de vida de uma personagem, ou da origem de um determinado poder, ou qualquer coisa que lhe surja e que nem sempre vem a propósito do momento. No fundo, a escrita de Karen Chance é muito descritiva, peca por excesso na tentativa de contextualizar o leitor e beneficiaria de mais diálogos para aliviar a densidade da narrativa.

Apesar de tudo, um dos pontos fortes da autora é sem dúvida o seu humor negro e peculiar, patente em grande parte dos pensamentos e diálogos de Cassie. A própria estória tem bastante ação, o ritmo por vezes torna-se bastante intenso (quando não é quebrado por descrições inconvenientemente detalhadas) e a leitura desenvolve-se avidamente nalgumas partes. Para além disso, existe uma forte carga sensual que se vai desenvolvendo ao longo da estória e culmina em cenas bastante provocantes e bem conseguidas.

O desenlace final é estimulante e envolvente mas confesso que o poder de Cassie em viajar no tempo e alterar o futuro através do passado não me convenceu totalmente. São poucas as estórias que conseguem introduzir o conceito de viajar no tempo de forma adequada e não creio que esta seja uma delas. No final, tornou-se tudo muito confuso e a autora não foi capaz de esclarecer alguns pormenores de forma satisfatória.

Em geral, penso que esta é uma estória com grande potencial que merecia uma execução mais polida e não tão abrupta. Refrescante enquanto apreciadora do género sobrenatural mas pouco marcante enquanto leitora.
19:03 Publicada por Unknown 3

sábado, 14 de setembro de 2013

"Eragon" de Christopher Paolini [Opinião Literária]

Título: Eragon
Autor: Christopher Paolini
Editora: Gailivro
Coleção: Ciclo da Herança (nº1)

Sinopse:
Quando Eragon encontra uma pedra azul polida na floresta, acredita que poderá ser uma descoberta bendita para um simples rapaz do campo: talvez sirva para comprar carne para manter a família durante o Inverno. Mas quando descobre que a pedra transporta uma cria de dragão, Eragon depressa se apercebe de que está perante um legado tão antigo como o próprio Império. De um dia para o outro, a sua vida muda radicalmente, e ele é atirado para um perigoso mundo novo de destino, de magia e de poder. Empunhando apenas uma espada legendária e levando os conselhos dum velho contador de histórias como guia, Eragon e o jovem dragão terão de se aventurar por terras perigosas e enfrentar inimigos obscuros, dum Império governado por um rei cuja maldade não conhece fronteiras. Conseguirá Eragon alcançar a glória dos lendários heróis da Ordem dos Cavaleiros do Dragão? O destino do Império pode estar nas suas mãos...

Opinião:
Finalmente decidi dar uma segunda oportunidade a este livro, cuja leitura abandonei há uns anos atrás, principalmente porque a fantasia era um género que não me cativava na altura (algo que mudou consideravelmente). Esta segunda leitura foi mais agradável, ainda que as expectativas demasiado altas talvez tenham influenciado negativamente a minha opinião geral sobre a obra.
Inicialmente devorei os primeiros capítulos com avidez, até porque a escrita é muito dinâmica e acessível, e a estória intrigou-me bastante. Não que o enredo seja propriamente inovador para os fãs do género, mas parecia-me que o autor fosse capaz de introduzir algo de novo. Contudo, quando o autor inicia um relato interminável e aborrecido de uma viagem que não parece ter um fim à vista, em conjunto com uma miríade de clichés, a desilusão tomou as rédeas e já não me conseguia concentrar devidamente na leitura. Simplesmente não consegui ignorar a sensação de déjà-vu, pois as semelhanças com a jornada retratada em O Senhor dos Anéis são inegáveis.
As personagens tornaram tudo um pouco melhor, com a exceção do protagonista. Eragon é uma personagem demasiado perfeita, que adquire as habilidades sem grande esforço e a quem tudo acontece convenientemente. Achei-o egocêntrico, imaturo e espero que tenha uma grande evolução em termos de caracterização nos próximos volumes. No entanto, o autor presenteia-nos com algumas personagens interessantes e carismáticas: Brom, Saphira, Murtagh, Arya e Nasuada deixam a sua marca e fornecem-me um incentivo para ler os restantes livros da saga para conhecer os seus desfechos. Em particular, a relação entre Eragon e o seu dragão, Saphira, é bem explorada e enternecedora. Já os vilões careciam genuíno terror para fazerem o leitor temer o desenlace final. Este, por sua vez, foi um pouco apressado e nada marcante, deixando algumas questões em aberto para o volume seguinte.
Em suma, esperava mais desta leitura. Acabou por ser a típica viagem épica de um jovem a tentar descobrir a origem dos seus poderes, uma estória genérica com dragões à mistura, à qual faltou algo para verdadeiramente se destacar. Ainda assim proporcionou algumas horas de entretenimento e certamente agradará a um público mais juvenil.
22:22 Publicada por Unknown 8

sábado, 17 de agosto de 2013

"O Espelho Quebrado" de Brian Keaney [Opinião Literária]

Título: O Espelho Quebrado
Autor: Brian Keaney
Editora: Gailivro
Coleção: As Promessas do Dr. Sigmundus (nº2)

Sinopse:
Governada pelo tirano Dr. Sigmundus, Gehenna é um país onde as leis devem ser obedecidas sem questionar e onde ninguém pensa por si. Até sonhar é proibido.
A partir do momento em que Dante Cazabon, um órfão sem amigos, descobre o Odílio, uma força com o poder de parar o tempo e de modificar o tecido do universo, ele passa a liderar uma rebelião que o irá conduzir às fronteiras da vida e da morte, assim como ao coração do Mal.
Nas profundezas do Odílio, uma nova espécie de Mal está prestes a nascer: o Espelho Quebrado. E apenas Dante o poderá deter. Mas, para o conseguir, ele irá confrontar-se com uma escolha terrível.
Dante está a monte, Bea é prisioneira e Ezekiel encontra-se ferido. As coisas não parecem correr nada bem para os Púca...
...E o cenário irá piorar.

Opinião:
Para a leitura deste segundo volume tinha grandes expectativas. Não esperava, porém, que a desilusão fosse tão grande. Esta é uma estória desconexa, confusa e apressada, que me retirou toda a motivação para ler.
Os protagonistas mantêm-se unidimensionais e perderam todo o encanto. Safam-se demasiado rápido de qualquer alhada, sem grande sacrifício. Novas personagens são adicionadas, que pouco ou nada acrescentam à estória e apenas servem como adereços.
A estória não acrescenta nada de novo, os acontecimentos sucedem-se rapidamente e por vezes sem grande coerência lógica. O autor não parece capaz de escrever com emoção e, consequentemente, eu, como leitora, não senti qualquer emoção a lê-lo! Onde está o medo perante os planos malévolos do vilão, a tristeza perante a morte de personagens, a felicidade quando o bem triunfa? A questão é essa, não está lá nada disso.
A escrita básica, sem descrições e diálogos que soam a falso apenas serviram para potenciar o sabor amargo com que esta leitura me deixou. Sem querer ser maldosa mas o único aspeto positivo deste livro é o facto de ser pequeno, pois poupou-me algumas horas de tortura literária. Provavelmente apenas vou ler o terceiro volume desta saga porque já o comprei, quando me sentir particularmente masoquista.  
21:03 Publicada por Unknown 0

quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Hex Hall" de Rachel Hawkins [Opinião Literária]

Título: Hex Hall
Autora: Rachel Hawkins
Editora: Gailivro
Coleção: Hex Hall (nº1)

Sinopse:
Virei-me para sair, mas a porta fechou-se a poucos centímetros da minha cara. De repente, um vento pareceu soprar através da sala e as fotografias nas paredes chocalharam. Quando me virei de novo para as raparigas, estavam as três a sorrir, os cabelos a ondularem-lhes a volta dos rostos como se estivessem debaixo de água.
O único candeeiro da sala tremeluziu, e apagou-se. Eu apenas conseguia distinguir faixas prateadas de luz que passavam sob a pele das raparigas, como mercúrio. Até os seus olhos brilhavam.
Começaram a levitar, as pontas dos sapatos regulamentares de Hecate mal tocando a carpete musgosa. Agora, já não eram rainhas do baile de finalistas, nem supermodelos – eram bruxas, e até pareciam perigosas.
Apesar de me debater contra a vontade de cair de joelhos e colocar as mãos acima da cabeça, pensei, “Eu também seria capaz de fazer aquilo?”.

Opinião:
Neste livro acompanhamos Sophie Mercer, uma jovem bruxa, nas suas aventuras em Hecate Hall, uma escola para os jovens sobrenaturais que abusaram dos seus poderes e puseram em causa o secretismo da sua condição. O ambiente escolar não poderia ser mais diverso: bruxas, feiticeiros, mutáveis, lobisomens, fadas e vampiros terão de aprender a conviver – ou pelo menos, tentar não se destruírem mutuamente.
O enredo não é propriamente original: a típica rapariga que desconhece o verdadeiro alcance dos seus poderes, odiada pelas três bruxas mais populares da escola e apaixonada pelo namorado de uma delas que é, obviamente, o rapaz perfeito. No entanto, Sophie destaca-se como protagonista, com um sentido de humor soberbo que torna a estória viciante. Adoro a sua ironia e sarcasmo, estabelecendo quase uma sátira à própria estória, que me ajudou a superar a previsibilidade do enredo.
Por sua vez, Jenna, a sua companheira de quarto, é uma personagem cativante. Gostei da sua caracterização fora do normal para um vampiro: a sua paixão pela cor rosa, a sua orientação sexual, o seu passado e transformação em vampiro. A amizade entre ambas é tocante e um dos pontos mais positivos da obra.
As restantes personagens secundárias estão pouco desenvolvidas, francamente unidimensionais. Claro que Archer é irresistível e os seus diálogos com Sophie são divertidos pelo feitio irónico que ambos partilham, mas por vezes torna-se aborrecido na sua perfeição. Outras personagens suscitaram a minha curiosidade, nomeadamente Cal, o couteiro da escola, que me pareceu misterioso e gostaria de saber mais sobre o seu passado nos próximos volumes.
Quanto à estória, apreciei toda a dinâmica relativa às mortes e crimes que ocorrem na escola. Apesar de ter conseguido desvendar algumas componentes do mistério com facilidade, ainda fui surpreendida com algumas revelações no final. Como volume introdutório penso que forneceu as explicações necessárias sobre a mitologia e background dos seres sobrenaturais, mas espero um maior aprofundamento nos próximos volumes. No fundo, foi uma leitura leve, descontraída, com um teor decididamente juvenil mas nem por isso menos aprazível.
16:07 Publicada por Unknown 10

domingo, 12 de maio de 2013

"Nómada" de Stephenie Meyer [Opinião Literária]





Título: Nómada
Autora: Stephenie Meyer
Editora: Gailivro
Coleção: The Host (nº1)



16:27 Publicada por Unknown 12

quinta-feira, 4 de abril de 2013

"O Homem Pintado" de Peter V. Brett [Opinião Literária]

Título: O Homem Pintado
Autor: Peter V. Brett
Editora: Gailivro
Coleção: Ciclo A Noite dos Demónios (nº1)

Sinopse:
Por vezes, há boas razões para recear a escuridão…
Aos onze anos, Arlen vive com os pais numa pequena quinta, a meio dia de viagem da aldeia isolada de Ribeiro de Tibbet. Quando a escuridão cai sobre o seu mundo, uma estranha névoa ergue-se do chão, com uma promessa de morte aos que forem suficientemente loucos para enfrentarem a escuridão crescente. É que existem demónios famintos que se materializam da névoa e se alimentam dos vivos. A partir do momento em que a sua vida é despedaçada pela praga dos demónios, Arlen vê-se forçado a perceber que é o medo, e não os demónios, a dominar verdadeiramente a humanidade.
Na pequena aldeia de Outeiro do Lenhador, o futuro perfeito de Leesha é destruído pela traição e por uma mentira. Publicamente humilhada, ela acaba a recolher ervas e a cuidar de uma anciã mais temível que os nuclitas. No entanto, a sua desgraça transforma-a na guardiã de um saber antigo e perigoso.
Órfão e mutilado pelo ataque dos demónios, o jovem Rojer encontra conforto no domínio das artes musicais de um jogral, descobrindo que o seu talento único lhe confere um poder inesperado sobre a noite.
Juntos, estes três jovens oferecem à humanidade uma última e fugaz hipótese de sobrevivência.

Opinião:
Num mundo repleto de escuridão, em que o anoitecer acarreta um perigo inimaginável, o autor delineia uma estória arrebatadora, com um ritmo alucinante e personagens encantadoras. O world-building é credível e entusiasmante e a mitologia bastante original. Demónios do fogo, do vento, da madeira, da rocha, da água, são todos representantes da força da natureza, criaturas temíveis e impiedosas, cujos atos sangrentos constituem a vertente mais negra desta obra. Outro aspeto singular é a arma de defesa contra estes seres: as guardas, símbolos mágicos que, quando irrepreensivelmente desenhados em rede e embutidos numa superfície (de preferência sólida, resistente e imune aos elementos), fornecem um escudo de proteção. Aguardo os próximos volumes para uma explicação mais detalhada sobre a sua origem e verdadeira essência.
É neste contexto algo sombrio que o leitor acompanha as vidas de três jovens: Arlen, Leesha e Rojen, ao longo das suas respetivas infâncias, adolescências e início de vida adulta. Arlen é um jovem com uma aptidão inata para a técnica das guardas, cujo sonho é ser Mensageiro. Já Rojer é um aprendiz de Jogral que, apesar do defeito numa das mãos, é capaz de encantar qualquer um com o seu violino. E, como não poderia faltar, Leesha, uma rapariga de princípios morais férreos, com um grande coração e uma vontade incansável de ajudar os outros através do seu talento como herbanária. Os três partilham uma infância conturbada, pontuada por tragédias pessoais marcantes, assim como uma determinação e coragem extraordinárias. Nascidos em terras distantes umas das outras, as suas peripécias e desventuras levá-los-ão ao seu propósito: o momento em que as suas vidas se cruzam e, com as suas habilidades distintas, cumprem o seu destino como defensores da humanidade. Estas são três personagens absolutamente cativantes, com quem criei uma empatia instantânea, razão pela qual dei por mim constantemente a velar pela sua proteção e sobrevivência. Mesmo as personagens secundárias são interessantes e diversificadas, exploradas o suficiente para envolver o leitor nas relações entre si e na dinâmica da estória.
Apesar de englobar uma dimensão cronológica bastante extensa, incluindo uma grande parcela das vidas das personagens, este livro apresenta saltos temporais que ajudam a reduzir a quantidade de informação irrelevante para o leitor. Tudo o que o autor narra possui relevância quer para a estória em si, quer para o desenvolvimento das personagens. Assim, embora imponha respeito pela sua envergadura, não é uma obra extensa ou maçadora. Pelo contrário, considero que estes buracos na história das personagens permitem o adensar de algum mistério e aumentar a intensidade do ritmo da ação. Os capítulos estão bem organizados, alternando entre as três personagens principais, o que torna a leitura mais dinâmica e envolvente e impulsiona leitor a continuar para saciar a sua curiosidade.
Com uma narrativa fluída e envolvente, o autor é capaz de cativar desde o início com o ambiente mágico, a diversidade cultural dos territórios, o próprio mistério relacionado com a origem dos demónios, cujo véu é levantado pouco a pouco. Todos estes detalhes contribuem para uma leitura empolgante e com significado. A própria mensagem que apreendi da personagem de Arlen é muito pertinente: por vezes, os demónios mais difíceis de enfrentar são aqueles que trazemos dentro de nós. E a esses sim, não podemos escapar.
22:55 Publicada por Unknown 2

sábado, 9 de março de 2013

"Lua Azul" de Alyson Noël [Opinião Literária]

Título: Lua Azul
Autora: Alyson Noël
Editora: Gailivro
Coleção: Os Imortais (nº2)

Sinopse:
Quando Ever está a aprender tudo o que consegue sobre as suas novas capacidades como imortal, iniciada nesse mundo sombrio e sedutor pelo seu amado, algo de terrível acontece a Damen. Os poderes de Ever aumentam mas os de Damen começam a enfraquecer depois de ter sido acometido por uma doença misteriosa que lhe ameaça a memória, a identidade e a própria vida. Desesperadamente ansiosa por salvá-lo, Ever viaja até à misteriosa dimensão conhecida por Summerland, onde descobre não apenas os segredos do passado de Damen – a história de brutalidade e de tortura que ele queria manter oculta –, como também um texto antigo que revela os mecanismos do tempo.
Com uma Lua Nova iminente a enquadrar a sua única possibilidade de viajar no tempo, Ever vê-se obrigada a decidir entre fazer o relógio andar para trás e salvar a sua família do acidente em que morreram... ou ficar no momento presente e salvar Damen, que fica cada vez mais fraco a cada dia que passa...

Opinião:
Após um bom início para uma saga com grande potencial, este volume acabou por me desiludir. O início é lento, o enredo de intrigas e vinganças imortais não me conseguiu interessar e apenas se torna cativante no final.
Desta vez, a protagonista não é tanto a relação entre Ever e Damen, na medida em que este tanto se apresenta profundamente apaixonado como fragilizado e distante. O seu ódio súbito por Ever acaba até por ser doloroso, tendo em conta o amor que partilhavam. Este distanciamento de Damen acaba por ser benéfico para a evolução da personagem de Ever, que acaba por ter de se desenvencilhar sozinha e descobrir o que está por trás de tanta mudança.
 O vilão, Roman, é misterioso, enigmático e as suas intenções apenas são reveladas no derradeiro final. Contudo, gostaria que esta personagem tivesse sido melhor explorada, pois os seus momentos e diálogos foram dos melhores ao longo do livro.
Também Ava é digna de menção como uma personagem cativante e com um desenvolvimento marcante em relação ao volume anterior. Por outro lado, as restantes personagens secundárias acabam por ter pouco destaque, tornando-se demasiado vazias e dispensáveis.
Não sendo esta uma estória propriamente arrebatadora, Alyson Noël continua a apelar aos leitores pela simplicidade da sua escrita e pela linha de romance sentimentalista, com alguns exageros lamechas, dentro do estilo que caracteriza o género young-adult. O desfecho final é intenso, apesar de algo apressado, deixando bastantes pontas soltas, o suficiente para me manter interessada no próximo volume.
17:03 Publicada por Unknown 6

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"Trevas Maravilhosas" de Kami Garcia & Margaret Stohl [Opinião Literária]


Título: Trevas Maravilhosas
Autores: Kami Garcia & Margaret Stohl
Editora: Gailivro
Coleção: Caster Chronicles (nº2)

Sinopse:
Ethan Wate costumava pensar em Gatlin, a vila sulista a que sempre chamara casa, como um sítio onde nunca nada mudava. Foi então que conheceu Lena Duchannes, uma misteriosa recém-chegada que lhe revelou um mundo secreto, que sempre estivera oculto à vista de todos. Uma Gatlin que albergava segredos ancestrais por detrás dos seus carvalhos cobertos de musgo e dos passeios gretados. Uma Gatlin onde, há gerações, uma maldição tinha marcado a família de Lena, repleta de poderosos poderes sobrenaturais. Uma Gatlin onde acontecem situações impossíveis, mágicas e capazes de mudar o rumo de uma vida. E, por vezes, capazes de lhe pôr termo.
Juntos conseguem fazer face a tudo o que Gatlin lhes apresenta mas, depois de sofrer uma perda trágica, Lena começa a retrair-se, guardando segredos que põem a relação dos dois à prova. E, agora que os olhos de Ethan foram abertos para o lado mais obscuro de Gatlin, não há volta a dar. Assombrado por estranhas visões que só ele tem, Ethan é ainda mais atraído para a história rocambolesca da sua vila e vê-se preso na perigosa rede de passagens subterrâneas que atravessam o Sul de um modo interminável, e onde nada é o que parece

Opinião:
Após a leitura do primeiro volume desta saga, as minhas expectativas eram bastante altas. Esperava uma continuação estimulante e este livro não me desiludiu!
A relação entre Ethan e Lena tomam um rumo mais pesado e tumultuoso, enquanto Lena se afoga na culpa que sente pela tragédia no final do livro anterior. A sua proximidade cada vez mais notória às Trevas inicia a demanda de Ethan para salvar a sua amada. No entanto, o aparecimento de Olivia, uma rapariga mortal que despertará sentimentos em Ethan, fazendo-o questionar se o seu destino será ao lado de uma Encantadora com todos os perigos que acarreta, ou nos braços de um amor sereno com uma jovem normal. Para instigar ainda mais esta dúvida surge o misterioso John Breed, que atrai Lena para o lado negro da magia, levando à sua separação de Ethan. Mas é este afastamento entre ambos que torna esta relação sincera e realista.
Surpreendentemente, o ponto forte que destaco nesta obra é a inclusão de personagens secundárias fascinantes e bem desenvolvidas, que tendem a competir com Ethan e Lena pelo afeto do leitor. Link, as Manas, Marian, Amma… Todos têm o seu papel nesta estória e as suas idiossincrasias dão outro fôlego à trama. Contudo, é Ridley, a prima de Lena e Encantadora das Trevas, que me cativou. É uma personagem que, apesar de todas as Trevas que alberga, tem sempre uma réstia de luz que nos leva a questionar as suas verdadeiras motivações. Será que mesmo alguém que se dedicou ao mal pode ser capaz de se redimir, de amar?
A mitologia dos Encantadores é ainda mais explorada neste volume, por vezes de forma um pouco extensiva. Algumas componentes foram introduzidas de forma brusca e por vezes fiquei um pouco confusa acerca de como tudo se encaixava. Talvez toda a informação poderia ter sido doseada de maneira a facilitar a leitura.
O final, repleto de ação e tragédia, deixou muitas interrogações no ar e mal posso esperar por ter nas mãos o próximo volume!
Com alguns desenvolvimentos previsíveis e outros mais surpreendentes, esta é uma obra de leitura fácil, agradável e viciante. Para quem aprecia um romance juvenil com uma componente de fantasia bem estruturada, recomendo esta saga!

23:40 Publicada por Unknown 0

domingo, 6 de janeiro de 2013

"Eternidade" de Alyson Noël [Opinião Literária]


Título: Eternidade
Autora: Alyson Noël
Editora: Gailivro
Coleção: Os Imortais (nº1)

Sinopse:
Depois de um terrível acidente que lhe matou a família, Ever Bloom, de dezasseis anos, consegue ver as auras das pessoas que a rodeiam, ouvir os seus pensamentos e ficar a conhecer toda a história da vida de alguém por meio de um simples toque. Desviando-se, sempre que pode, para evitar o contacto humano e para esconder o seu dom, é considerada uma anormal na escola secundária que começa a frequentar. Mas tudo muda quando conhece Damen Auguste.
Damen é encantador, exótico e rico. É a única pessoa que consegue silenciar o barulho e as manifestações de energia que habitam na cabeça de Ever. E traz consigo uma magia tão intensa que parece poder ler a mente de Ever. E, à medida que vai sendo arrastada para o sedutor mundo de Damen, onde abundam os segredos e os mistérios, Ever começa a ter mais perguntas do que respostas. E, além disso, não faz ideia de quem ele é... ou daquilo que é. A única coisa que Ever sabe é que está a apaixonar-se, desesperadamente, por ele.

Opinião:
Esta é uma estória de fantasia, que, apesar de abordar um género tão comum atualmente – o romance paranormal na vertente young adult –, destaca-se pelas suas personagens e pela forma como o conteúdo é desenvolvido. A autora vai revelando os pequenos mistérios e as nuances de cada componente fantástico de uma forma devagar, sem pressa, mantendo a expectativa e a curiosidade do leitor.
Ever, a personagem principal, cativa e cria uma relação de empatia com o leitor devido às suas cicatrizes emocionais. Nota-se uma forte evolução nesta personagem ao longo da narrativa, à medida que lida com a dor da perda da sua família. Esta é, pois, uma estória de perda e redenção, de culpa e inocência, que se revelou surpreendentemente emocional. A relação entre Ever e o espírito da sua irmã foi a parte que mais gostei de todo o livro: fez-me perceber como tomamos por garantido as pessoas que mais amamos.
Damen, é uma personagem exótica e muito especial. Só percebemos o que o torna tão especial mesmo no final do livro, o que torna esta personagem intrigante e misteriosa. A autora vai removendo o véu de segredos que encobre Damen de uma forma muito lenta, levando o leitor a permanecer colado às páginas deste livro.
Os contornos gerais da estória não são propriamente inovadores no género em que se enquadra, mas a autora faz um bom trabalho com o desenrolar da narrativa e com as personagens que constrói. Considero este um bom início para uma saga que pretendo seguir.



19:52 Publicada por Unknown 0

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

"Criaturas Maravilhosas" de Kami Garcia & Margaret Stohl [Opinião Literária]


Título: Criaturas Maravilhosas
Autores: Kami Garcia & Margaret Stohl
Editora: Gailivro
Coleção: Caster Chronicles (nº1)

Sinopse:
Lena Duchannes é diferente de qualquer pessoa que a pequena cidade sulista de Gatlin alguma vez conheceu. Ela luta para esconder o seu poder e uma maldição que assombra a família há gerações. Mas, mesmo entre os jardins demasiado crescidos, os pântanos lodosos e os cemitérios decrépitos do Sul esquecido, há um segredo que não pode ficar escondido para sempre.
Ethan Wate, que conta os meses para poder fugir de Gatlin, é assombrado por sonhos de uma bela rapariga que ele nunca conheceu. Quando Lena se muda para a mais infame plantação da cidade, Ethan é inexplicavelmente atraído por ela e sente-se determinado a descobrir a misteriosa ligação que existe entre eles.

Opinião:
Este é um romance sobrenatural fascinante, que retrata um mundo singular e repleto de elementos da fantasia, com um toque de originalidade. Qual é então a novidade que este livro traz? O narrador. Neste caso, Ethan Wate. Ao contrário de grande parte das obras deste género, o narrador é uma personagem masculina. É sempre agradável ter uma perspetiva diferente, sendo neste caso a visão de um rapaz de 16 anos, com uma maturidade e sensibilidade excecional para a sua idade.
Tanto Ethan como Lena são personagens bem construídas que, apesar de serem adolescentes, possuem um carácter muito forte. Os diálogos entre ambos são honestos, realistas e apaixonantes.
Aliás, praticamente todas as personagens desta obra são interessantes e bem desenvolvidas. Como exemplos temos Macon: tio de Lena, é uma personagem enigmática e profundamente misteriosa, cuja complexidade é revelada pouco a pouco. Ou Amma, protetora de Ethan, sempre perspicaz e com um ímpeto impossível de deter. Ou mesmo as Manas, tias de Ethan, que dão um toque humorístico a uma estória por vezes tão obscura.
Outro aspeto positivo que destaco é a caracterização da sociedade sulista dos EUA. Apesar de alguns componentes talvez demasiado clichés – as típicas meninas da claque e os jogadores de basquetebol super populares que governam o liceu –, é interessante observar uma cidade fechada em si mesma, ainda agarrada ao passado, cujo espírito retrógrada não aceita qualquer tipo de novidade.
Especialmente quando essa novidade é Lena. Ao longo do livro descobrimos exatamente o que esta “novidade” acarreta e embrenhamo-nos num universo fantástico com uma mitologia muito própria. Entre videntes, Encantadores, Íncubus, espíritos e maldições, existe um mistério encerrado no passado que cabe a Lena e Ethan desvendar. Esta sensação de secretismo e suspense mantém-se até ao final do livro, tornando a leitura viciante.
Mas mais do que tudo é uma estória de amor. De um amor impossível e predestinado. Com uma relação realista entre os protagonistas, as autoras conseguiram abordar este amor de uma forma simples mas claramente superior a muitas outras sagas young adult dos dias de hoje.  
No fundo, esta é uma narrativa dinâmica e intensa mas simultaneamente doce, que envolve o leitor nas vidas das personagens e que se desenrola de uma forma fluida e cativante.
23:51 Publicada por Unknown 9