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sábado, 30 de novembro de 2013

A Thousand Frames: "The Hunger Games - Em Chamas"




Título: The Hunger Games – Em Chamas
Género: Ação/ Aventura/Ficção Científica/Thriller
Realizador: Francis Lawrence
Adaptado de: Em Chamas de Suzanne Collins
Estreia: 28 de Novembro de 2013
Elenco: Jennifer Lawrence; Josh Hutcherson; Liam Hemsworth; Woody Harrelson; Elizabeth Banks; Lenny Kravitz; Philip Seymour Hoffman; Jeffrey Wright; Stanley Tucci; Donald Sutherland; Sam Claflin; Lynn Cohen; Jenna Malone; Amanda Plummer






Após um primeiro filme que me surpreendeu positivamente, esta sequela acarretava a grande responsabilidade de corresponder às expectativas elevadas – tanto minhas como dos inúmeros fãs da saga distópica juvenil Os Jogos da Fome. Uma façanha certamente árdua e quase impossível que The Hunger Games – Em Chamas cumpre na perfeição!


Enredo:

The Hunger Games – Em Chamas aborda fielmente os acontecimentos narrados no segundo volume da saga Os Jogos da Fome de Suzanne Collins. A primeira metade do filme, tal como o livro, foca as mudanças nas vidas de Katniss e Peeta após terem vencido a 74ª edição d’Os Jogos da Fome (retratada no filme anterior) e o início de uma revolta nos distritos contra o Capitólio. O realizador demonstra uma sensibilidade extrema na maneira como aborda toda a desigualdade de classes, o sofrimento de um povo oprimido, a política baseada nas aparências e a pequena – mas revolucionária – chama de oposição. Sem tanta ação, este primeiro contacto com a estória prima pela emotividade e pela crítica social pujante. 

Na segunda metade desta sequela, em que o Presidente Snow utiliza uma reviravolta inusitada para devolver os nosso jovens tributos à arena, estamos certamente perante mais ação e um ritmo acelerado, mas a mensagem do culto da celebridade enquanto arma para manipular as massas permanece. No fundo, este é um filme que não necessita de grandes lutas ou carnificinas, o seu terror assenta na brutalidade com que o governo exerce o seu poder, nas mensagens subliminares de opressão e na análise social subjacente.

Tendo lido a obra literária previamente, já conhecia o enredo e as emoções fortes que desperta. Ainda assim, não consegui evitar o aperto no peito em algumas cenas e as lágrimas que teimavam em surgir perante os acontecimentos mais desesperantes. Para mim, é este o ponto forte do filme: o turbilhão emocional que desperta no leitor!

Cenários & Efeitos especiais:

Ainda mais entusiasmantes que no filme anterior, os efeitos especiais transmitem perfeitamente o que idealizei durante a minha leitura. O Capitólio, a arena e os restantes cenários compõem um quadro distópico perfeito!

O guarda-roupa mais uma vez prima pela extravagância e opulência, precisamente o que o livro pretende para transmitir a desigualdade das classes. Adorei o vestido da Katniss e a sua transformação durante a entrevista com o Caesar (mas teria mais impacto se não tivessem mostrado no trailer) e os fatos dos tributos na arena estão muito melhores do que a descrição nos livros (pelo menos do que me recordo). Em suma, nada a apontar neste departamento!

Elenco:


Mais uma vez Jennifer Lawrence (Katniss) teve uma performance estrondosa! A sua interpretação da nossa jovem heroína incendeia o ecrã e ofusca as restantes personagens. A atriz introduz mesmo alguns momentos de humor com as suas expressões faciais espontâneas, trazendo uma abordagem multifacetada de Katniss.


Já Josh Hutcherson (Peeta) elevou o seu desempenho nesta sequela, adicionando mais camadas e aprofundando a sua personagem. Elizabeth Banks (Effie), Liam Hemsworth (Gale), Woody Harrelson (Haymitch) e Stanley Tucci (Caeser) continuam a comprovar que foram as escolhas perfeitas para os respetivos papéis. Um especial destaque para Donald Sutherland, cuja interpretação magnífica traduz na perfeição a faceta fria, calculista e implacável do Presidente Snow.

Relativamente às novas adições no elenco, não poderia estar mais satisfeita! Começando por Jena Malone (Johanna Mason) que não teve medo de produzir uma atuação feroz, ao mesmo tempo tão badass quanto engraçada, trazendo humor e diversão a um ambiente austero. Em segundo lugar destaco Sam Claflin (Finnick Odair) como a maior surpresa, na medida em que não estava à espera de uma caracterização tão boa de uma das minhas personagens favoritas. O ator esmerou-se em trazer ao ecrã o Finnick convencido, charmoso mas também sensível que os fãs adoram. Também Amanda Plummer (Wiress), Jeffrey Wright (Beetee), Lynn Cohen (Mags) e Philip Seymour Hoffman (Plutarch Heavensbee) tiveram desempenhos impecáveis e trouxeram outra grandeza a papéis secundários.

Principais diferenças entre o filme e o livro:

Tenho de dar o devido crédito ao realizador, Francis Lawrence, pelas opções que tomou, na medida em que se manteve fiel ao material original e cortou apenas o dispensável para manter a essência da estória. Por este motivo, as alterações são francamente pequenas.

Como já tinha referido na opinião do filme anterior, os realizadores optaram, de uma forma inteligente, por transmitir Os Jogos como um acontecimento televisivo, ao contrário da perspetiva na primeira pessoa que o livro contém. Assim, a audiência do filme quase que se sente como um espetador a assistir à competição. De igual modo, isto potencia uma das maiores adições à estória que o filme traz: toda a perspetiva da criação e do backstage d’Os Jogos. Somos presenteados com cenas entre o Presidente Snow e Plutarch Heavensbee que não se encontram no livro, mas que nos permitem compreender as maquinações calculistas de Snow e a subtil manipulação de Plutarch enquanto Mestre d’Os Jogos.

Paralelamente, o desenvolvimento da rebelião é mais discreto e subtil, sendo que, ao contrário da obra original, são dados a Katniss poucos indícios da existência de uma conspiração. Por exemplo, o momento em que Plutarch mostra a Katniss o seu relógio com o símbolo do mimo-gaio (simbolizando a rebelião mas também fornecendo uma pista acerca da arena) nunca acontece, assim como as personagens Bonnie e Twill (refugiados do distrito 8 que encontram Katniss na floresta e lhe falam da existência do Distrito 13) estão ausentes no filme. Acredito que o realizador tenha pretendido criar algum mistério em volta destes assuntos – a conspiração para a revolta entre os participantes d’Os Jogos e a existência encoberta do Distrito 13 – e portanto estas ligeiras mudanças não me incomodaram muito, na medida em que adicionam o elemento surpresa no final.

A única desilusão foi a decisão de cortar a estória de Haymitch e o modo como ganhou Os Jogos no seu ano. No livro, Katniss e Peeta observam filmes dos seus adversários a competirem n’Os Jogos como preparação para a arena e decidem ver o filme de Haymitch. Este venceu a 50ª edição, que também acarretou uma reviravolta: em vez de 24 tributos, foram escolhidos 48 (4 de cada distrito). Na arena, Haymitch fez uma aliança com outro tributo do Distrito 12, Maysilee Donner – tia de Madge, a jovem que oferece a Katniss o pin do mimo-gaio que foi usado pela tia durante Os Jogos (mais uma vez a origem do pin está ausente no filme). Após a morte trágica da sua aliada por um obstáculo na arena, Haymitch vê-se confrontado pela outra última sobrevivente na arena – uma rapariga do Distrito 1. Quando esta lhe atira com um machado, Haymitch baixa-se, deixando o machado atingir o campo de forças da arena e regressar para matar a sua adversária. Deste modo, no livro, Katniss e Peeta apercebem-se do potencial do campo de forças da arena e o carácter e estória de Haymitch é mais aprofundado. Fiquei ligeiramente desiludida por não poder visualizar um dos meus momentos favoritos do livro.


De um modo geral, esta é uma adaptação muito fidedigna, transmitindo fielmente a essência da estória original. Repleto de ação e mistério, com uma pitada de romance e humor e baseando-se num enredo complexo e emocionante, The Hunger Games – Em Chamas garante ao público uma experiência sólida de entretenimento, sem nunca descurar a sua mensagem essencial. É um filme que entretém, emociona e revoluciona o pensamento, solidificando a metáfora política e social subjacente, e que impulsiona o público a nunca se esquecer de quem é o verdadeiro inimigo!

Balanço final: 9/10

Trailer:

14 comentários:

  1. Muito giro, o novo visual!! ;D
    O filme parece muito bom, e, embora não tenha lido os livros, quero vê-lo! :D

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    1. Obrigada, ainda bem que gostas :D

      O filme está awesome! Eu até podia dizer para leres os livros (que são fantásticos!) mas o filme está tão bom que merece ser visto no cinema mesmo, não percas a oportunidade ;)

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  2. Já sabes que adorei o novo design do blog!!! ;)
    Em relação ao filme...também gostei imenso. E também tenho de fazer a opinião e ainda não tive muita vontade. Por acaso não me lembrava da história do Haymitch, mas realmente é pena não ter aparecido. De qualquer forma, é dos filmes mais fiéis ao livro que tenho visto :) (tal como o primeiro da série).
    Beijinhos

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    1. Ehehe mais uma vez obrigada :)
      Concordo contigo, esta saga tem sido muito bem adaptada ao grande ecrã, a única falha a apontar (só porque sou picuinhas) é mesmo o detalhe do pin e da estória do Haymitch, de resto está (felizmente) fiel aos livros! :)
      Beijinhos*

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  3. O novo visual está fantástico! Parabéns :)
    Adorei o filme, acho que está super fiel ao livro. Quando referes "acontecimentos desesperantes" há 2 cenas que me saltam logo à memória, já o tinham sido no livro e no filme não desiludiram, a morte do Cinna e quando o Gale é chicoteado...
    O elenco esteve todo ele excelente, e a Jennifer voltou a provar o porque de ter ganho um Oscar.
    Em relação à história do Haymitch há um video fan made muito bom, mesmo muito bom, com o quarteirão em que ele participou e ganhou. Vou procurar o link e depois deixo aqui ;)

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    1. Obrigada, fico contente por gostares :D
      Relativamente aos "acontecimentos desesperantes", esse foram realmente 2 cenas que pertencem a essa categoria :/
      A Jennifer é tão fantástica! *.*
      Depois põe o link please, agora fiquei curiosa :p

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  4. http://www.youtube.com/watch?v=x3CwUQ_Bkr0&feature=share aqui está :) Depois diz o que achaste ;)

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    1. Também achei :) Se não me dissessem que era fan made eu não o diria...

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  5. Nem eu! :O
    Não custava muito terem colocado uma coisita deste género no filme digo eu --'

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    1. Acho que é mesmo aquilo que falta, tal como disseste a ausência da cena da Bonnie e Twill cria um pouco de mistério em relação ao distrito 13, mas a história do Haymitch iria beneficiar o desenvolvimento e aprofundamento dele enquanto personagem e justificaria muitas atitudes dele...

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  6. Exatamente, daria outra profundidade ao enredo secundário...

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  7. Também senti tanta falta dos jogos do Haymitch. Era um dos momentos que mais queria ver '-'
    Adorei a Jena e o Sam *-* Foram perfeitos como Johanna e Finnick *-*

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    1. Também eu, queria tanto ver essa parte!!
      A Jena e o Sam foram perfection <3

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