"A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" de Stieg Larsson [Opinião Literária]
Título: A Rainha no Palácio das Correntes de Ar
Autor: Stieg
Larsson
Editora: Oceanos
Coleção: Trilogia
Millennium (nº3)
Sinopse:
Lisbeth
Salander sobreviveu aos ferimentos de que foi vítima, mas não tem razões para
sorrir: o seu estado de saúde inspira cuidados e terá de permanecer várias
semanas no hospital, completamente impossibilitada de se movimentar e agir. As
acusações que recaem sobre ela levaram a polícia a mantê-la incontactável.
Lisbeth sente-se sitiada e, como se isto não bastasse, vê-se ainda confrontada
com outro problema: o pai, que a odeia e que ela feriu à machadada, encontra-se
no mesmo hospital com ferimentos menos graves e intenções mais maquiavélicas…
Entretanto, mantêm-se as movimentações secretas de alguns elementos da Säpo, a
polícia de segurança sueca. Para se manter incógnita, esta gente que actua na
sombra está determinada a eliminar todos os que se atravessam no seu caminho.
Mas nem tudo podia ser mau: Lisbeth pode contar com Mikael Blomkvist que, para
a ilibar, prepara um artigo sobre a conspiração que visa silenciá-la para
sempre. E Mikael Blomkvist também não está sozinho nesta cruzada: Dragan
Armanskij, o inspector Bublanski, Anika Gianini, entre outros, unem esforços
para que se faça justiça. E Erika Berger? Será que Mikael pode contar com a sua
ajuda, agora que também ela está a ser ameaçada? E quem é Rosa Figuerola, a
bela mulher que seduz Mikael Blomkvist?
Opinião:
Após o
volume anterior, seria impossível não pegar rapidamente neste livro para
descobrir o destino de todas as personagens, principalmente de Lisbeth
Salander. Neste livro é revelada toda a conspiração que envolve a sua família, incluindo
o seu pai. Por este motivo, grande parte da estória é desenvolvida durante o
julgamento, em que argumentos e contra-argumentos voam entre a acusação e a
defesa, e em que o leitor é mergulhado em procedimentos policiais e legais. Por
vezes isto pode culminar numa leitura maçuda e aborrecida, principalmente pelo
facto de a personagem principal passar grande parte do tempo imobilizada no
hospital.
Contudo, este
livro acaba por focar temas polémicos como a política sueca e o papel da mulher
na sociedade ocidental, tomando uma perspetiva interessante e muito bem
desenvolvida. O desenlace final é arrebatador, compensando a estagnação da ação
no início.
Este volume,
apesar de não ter sido pretendido como o último da saga, acaba por atar todas
as pontas soltas mais importantes, concluindo de uma forma plausível a saga. A
morte trágica de Stieg Larsson foi sem dúvida uma grande perda para o mundo
literário, mas esta saga perdurará como uma excelente trilogia policial, com
uma das mais cativantes personagens até à data.
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