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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

"O Aprendiz" de Tess Gerritsen [Opinião Literária]





Título: O Aprendiz
Autora: Tess Gerritsen
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Rizzoli & Isles (nº2)




20:49 Publicada por Unknown 12

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

"A Filha da Floresta" de Juliet Marillier [Opinião Literária]




Título: A Filha da Floresta
Autora: Juliet Marillier
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Sevenwaters (nº1)





01:57 Publicada por Unknown 8

sábado, 11 de janeiro de 2014

"Inferno" de Dan Brown [Opinião Literária]




Título: Inferno
Autor: Dan Brown
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Série Robert Langdon (nº4)




23:28 Publicada por Unknown 8

domingo, 25 de agosto de 2013

"O Cirurgião" de Tess Gerritsen [Opinião Literária]

Título: O Cirurgião
Autora: Tess Gerritsen
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Rizzoli & Isles (nº1)

Sinopse:
Anda um assassino em série à solta nas ruas de Bóston. Os cadáveres encontrados indiciam uma brutalidade extrema: as vítimas são cortadas com um bisturi, os úteros são removidos e as suas gargantas cortadas. A polícia desespera para encontrar pistas para travar aquele a quem a imprensa já apelidou de o Cirurgião. Jane Rizzoli, uma detective dura e implacável e a única mulher na Brigada de Homicídios, está determinada a travá-lo. Thomas Moore, o outro detective encarregue do caso, encontra semelhanças perturbadoras com uma outra série de crimes ocorridos dois anos antes numa outra cidade. Poderá tratar-se-á do mesmo assassino? O problema é que o suspeito foi morto por uma das suas vítimas, a doutora Catherine Cordell, uma reputada médica actualmente a residir em Bóston. Será que o pesadelo de Catherine ainda não terminou? Terá o assassino regressado para acabar o que começou?

Opinião:
Esta foi a minha estreia com Tess Gerritsen, uma das escritoras mais aclamadas no género policial. E francamente não poderia ter sido melhor! Há algum tempo que não tinha a oportunidade de ler um policial que me cativasse tanto, que perpetuasse uma leitura tão viciante que a acabei num dia!
Em primeiro lugar, o enredo é absolutamente intrigante: uma onda de assassínios brutais muito semelhantes à atividade de um serial killer que já se encontra morto. A estória mantém o suspense até ao final, levando o leitor a desvendar pouco a pouco as peças de um puzzle único e perturbador.
A autora não se coíbe na componente descritiva. Afinal, este é um assassino que remove o útero às suas vítimas ainda vivas, apenas para depois as degolar e observar enquanto se afogam no próprio sangue. Todos os detalhes mais grotescos são bem explícitos, numa narrativa gráfica que certamente não aconselho aos mais suscetíveis. No entanto, foi este realismo sobre a natureza humana, capaz de uma crueldade inimaginável, que talvez me tenha cativado mais, revolvendo o meu estômago e despertando o meu lado mais emotivo.
De igual modo, a autora aborda a temática da violação e violência contra as mulheres de uma forma brilhante. A caracterização das vítimas deste trauma, protagonizada pela personagem Catherine Cordell, parece-me bastante realista, demonstrando a maneira de (sobre)viver após a violação mais intima que alguém pode sofrer. Por conseguinte, considero este um excelente retrato da forma como as mulheres que sofreram de abuso sexual encaram o mundo que as rodeia, como se vêm a si próprias, e como a sociedade as trata.
Como qualquer thriller médico, a componente técnica é bastante predominante nesta obra. Como estudante de enfermagem não tive qualquer problema com a maior parte dos termos utilizados mas percebo que será um obstáculo para a generalidade dos leitores. Ainda assim, penso que esta vertente descritiva nos procedimentos é mais notória no início do livro e que será fácil para o leitor se embrenhar na estória numa fase posterior.
Por fim, são as personagens complexas e fascinantes que dão vida a este enredo fenomenal. Desde Catherine Cordell, uma médica que viveu um verdadeiro pesadelo e que vive numa batalha diária contra os seus medos, a Thomas Moore, um detetive calmo e ponderado, que fará de tudo para restituir a felicidade que Catherine perdeu. Adorei observar o desenvolvimento do relacionamento entre ambos, foi ternurento e simplesmente perfeito.
Quanto a Jane Rizzoli, esta surpreendeu-me pela complexidade da sua personalidade: é uma mulher que aparenta força e determinação, mas, ao contrário do que seria de esperar, é absurdamente insegura. A sua infância enquanto irmã renegada no meio de dois rapazes e o seu trabalho num mundo de homens que raramente respeitam as suas opiniões, Rizzoli torna-se numa mulher amarga, rancorosa e com pouca auto-estima. Não será certamente uma protagonista que promova empatia, mas é uma das mais interessantes que já encontrei.
O próprio assassino é uma das personagens mais apelativas deste livro. Com o acesso ao seu ponto de vista em vários capítulos, conseguimos perceber as suas intenções, motivações e a sua inteligência. É fascinante e ao mesmo tempo mórbido sentir a sua paixão pelos crimes que comete, mas é assim que percebemos a verdadeira maldade que lhe corre nas veias. Um assassino impiedoso cuja aparência tão vulgar me arrepiou diversas vezes, fazendo-me refletir sobre até que ponto conhecemos verdadeiramente quem nos rodeia.
Esta foi sem dúvida uma obra desconcertante, uma leitura impossível de parar, que demonstra como as aparências podem iludir e que o mal se esconde nos sítios mais improváveis.
16:12 Publicada por Unknown 14

terça-feira, 13 de agosto de 2013

"Grita Por Mim" de Karen Rose [Opinião Literária]

Título: Grita Por Mim
Autor: Karen Rose
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Trilogia Daniel Vartanian (nº2)

Sinopse:
Conduzida apenas por um punhado de imagens, a investigação do Inspector Daniel Vartanian leva-o até ao passado sombrio da sua própria família, e para o reino duma mente mais sinistra do que ele jamais poderia imaginar. Mas a sua busca também o conduz até Alex Fallon, uma bela enfermeira, cujo conturbado passado remete para o seu próprio. Enquanto Daniel se apaixona por Alex, descobre que também ela é objecto do assassino obcecado. Deste modo, vê-se confrontado com a descoberta da identidade de um crime macabro, mas também com a salvação da vida da mulher que começou a amar.

Opinião:
Situado apenas algumas semanas após o desenlace do volume anterior, neste livro acompanhamos Daniel Vartanian, uma personagem previamente introduzida e que alcança o seu protagonismo neste volume. Irmão do sádico serial killer que aterrorizou a cidade de Philadelphia em Morre Por Mim, Daniel é um detetive encarregado de resolver uma série de homicídios que parecem relacionados com o assassinato de uma jovem há 13 anos na sua cidade natal. Atormentado pelos crimes do seu irmão, Daniel terá de enfrentar o seu passado para conseguir deslindar este caso. Também Alex Fallon, uma enfermeira cuja irmã gémea foi a vítima de homicídio há 13 anos, é impelida a confrontar novamente o evento que alterou drasticamente o rumo da sua vida há tantos anos atrás.
Tanto Daniel como Alex são personagens bem delineadas, cativantes e realistas. Enquanto Daniel é reservado e discreto, Alex é uma mulher forte e determinada. Ambas são personagens complexas e o desenvolvimento da sua relação foi apaixonante. À medida que lutam contra os demónios que assombram os seus respetivos passados, encontram um no outro a estabilidade emocional para resolver o mistério que os ameaça atualmente. Mais uma vez Karen Rose prima por adicionar uma pitada de romance absolutamente delicioso a uma estória policial.
Contudo, o enredo careceu a intensidade do volume anterior. O suspense acaba por se perder no meio de uma narrativa algo confusa. Perto do final temos duas investigações paralelas: a busca pela identidade do assassino em série e o mistério que envolve os líderes da comunidade de Dutton. Obviamente, as ligações entre estes dois mistérios e a quantidade de personagens envolvidas apenas contribuem para a complexidade do enredo que, por conseguinte, se torna difícil de seguir e interrompe a fluidez da leitura.  
Em suma, fiquei algo desiludida com esta obra, na medida em que esperava ser arrebatada, tendo ficado apenas com a sensação agridoce de um policial com potencial para um maior suspense e uma narrativa mais estimulante, apesar da componente romântica permanecer apelativa. O desenlace final deixa certas questões em aberto para abrir o apetite para o próximo volume, o qual espero sinceramente que supere as minhas expectativas.
23:52 Publicada por Unknown 6

domingo, 30 de junho de 2013

"Vasto Mar de Sargaços" de Jean Rhys [Opinião Literária]

Título: Vasto Mar de Sargaços
Autora: Jean Rhys
Editora: Bertrand Editora

Sinopse:
Antoinette Cosway é uma herdeira crioula nascida numa sociedade colonialista e opressiva. Conhece um jovem inglês que logo se deixa fascinar pela sua sensualidade e beleza, mas depois do casamento começam a circular estranhos rumores, que o envenenam contra ela. Apanhada entre as exigências dele e a sua própria sensação de precária pertença, Antoinette é levada à loucura. Inspirado pelo livro Jane Eyre, de Charlotte Brontë, tem como cenário a paisagem exótica da Jamaica dos anos 30.

Opinião:
Apesar de não ter lido a obra que lhe serviu de inspiração – Jane Eyre –, encontrava-me francamente entusiasmada pela premissa desta estória. Estava pronta para desvendar a cultura crioula, através de cenários exóticos, tendo como pano de fundo a Jamaica nos anos 30. Contudo, acabei esta leitura com um sentimento de desilusão perante aquilo que poderia ter sido uma grande obra.
Não posso, contudo, renegar-lhe o mérito pelas descrições fabulosas destas paisagens tropicais, descrevendo simultaneamente a sua beleza contagiosa e a humidade opressiva de uma sociedade repleta de injustiças que potenciam a descida à loucura da protagonista Antoinette.
No entanto, o enredo é a maior falha. Esperava um maior foco nas temáticas da segregação racial, da escravatura e da colonização, e não nas divagações confusas de personagens mal caracterizadas. As suas motivações são difíceis de compreender, assim como as suas ações. A loucura de Antoinette pareceu-me forçada, pouco credível e, para ser honesta, desinteressante. Talvez a linguagem demasiado lírica tenha sido um entrave à minha compreensão desta obra, mas muitas vezes pareciam-me apenas frases soltas, sem grande nexo, conjugadas numa tentativa de adicionar algum exotismo à obra.
No fundo, senti que as minhas expectativas foram defraudadas e que esta estória tinha o potencial para algo mais do que aquilo que proporciona aos seus leitores.
13:00 Publicada por Unknown 0

domingo, 2 de junho de 2013

"Cell - Chamada para a Morte" de Stephen King [Opinião Literária]

Título: Cell – Chamada para a Morte
Autor: Stephen King
Editora: Bertrand Editora

Sinopse:
Não é à toa que cell (telemóvel) rima com hell (inferno)...
Um de Outubro. Está uma tarde soalheira e Clayton Rydell caminha alegremente pela Boylston Street em Boston. A vida corre-lhe bem: acabou de assinar um contrato para a criação de um livro de banda desenhada. No entanto, tudo vai mudar muito rapidamente, quando uma explosão de energia transforma em máquinas assassinas todos aqueles que naquele preciso instante tinham um telemóvel encostado ao ouvido.

Opinião:
Este é um excelente thriller, com uma premissa algo perturbadora: um impulso elétrico propagado por um dos acessórios mais utilizados no nosso quotidiano – o telemóvel – transforma a população humana em brutais assassinos, autênticos zombies sedentos de sangue.
O autor, verdadeiro mestre do terror, cria um ambiente tenso e arrepiante, elevando o suspense a outro nível. Algumas passagens são fortes e bastante descritivas, sem se esquivar às descrições de mutilações, assassínios e feridas grotescas, capazes de revolver o estômago de qualquer leitor.
A narrativa é desenvolvida de uma forma bastante cinematográfica, explorando a veia de terror na estória e sem grande espaço para reflexões ou exploração da condição humana. Apesar de sentir falta deste aspeto, confesso que por vezes é refrescante uma leitura mais leve e com grande suspense à mistura.
As personagens são diversificadas e interessantes, ainda que um pouco unidimensionais. Acompanhamos Tom, cujo gato lhe salvou a vida ao destruir-lhe o telemóvel, Alice, uma jovem atacada pela própria mãe durante o estranho acontecimento, Jordan, um adolescente fascinado pela Informática, e, finalmente, Clay, cujo único objetivo se centra em reunir-se com a sua família. Juntos procedem a uma análise meticulosa dos padrões dos humanos afetados, na esperança de perceber a lógica por detrás de tudo o que aconteceu. Pouco a pouco, são desvendadas algumas particularidades destes seres, embora, no final, gostava que toda esta mitologia tivesse sido mais explorada. O final, inclusive, é demasiado abrupto e não satisfaz completamente o leitor.
Em geral, este livro proporcionou-me exatamente o que procurava: uma leitura leve, estimulante, que se lê num fôlego!
16:55 Publicada por Unknown 0

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Morre Por Mim" de Karen Rose [Opinião Literária]


Título: Morre Por Mim

Autor: Karen Rose

Editora: Bertrand Editora

Coleção: Trilogia Daniel Vartanian (nº1)

Sinopse:

A primeira vítima é encontrada num terreno de Filadélfia coberto de neve. O detective Vito consegue a ajuda da arqueóloga Sophie para determinar exactamente o que se encontra por baixo da superfície gelada. Apesar de ter passado anos a procurar objectos enterrados durante séculos, a jovem arqueóloga não está preparada para as sepulturas que encontra, escavadas com uma precisão arrepiante. Os cadáveres das vítimas atormentam-na, mas as sepulturas vazias aterrorizam-na: o assassino ainda não acabou. Ele é frio e calculista, senhor de um jogo maquiavélico. Mesmo com Vito e Sophie no seu encalço, não pára, tem de ocupar outra sepultura vazia e ouvir um último grito: o grito de uma arqueóloga que o enerva e o descontrola...

Opinião:

Este é um policial brilhante, uma estória repleta de mortes macabras, mutilações severas e acontecimentos aterradores. O assassino, um homem sádico e cruel reflete o pior que existe no ser humano. A autora facilmente mantém o leitor colado à ação, numa tentativa de perceber o que motivaria alguém a cometer crimes tão horrendos.

No entanto, este livro inclui também uma pitada de romance para suavizar toda esta intensidade. A relação entre Vito e Sophie é avassaladora: enquanto colaboram na resolução do mistério, ajudam-se mutuamente a ultrapassar as amarguras nos seus passados. Este é um romance terno e encantador, que permite ao leitor repousar após as descrições mais macabras dos homicídios.

Apesar deste crime ser desvendado – e de uma forma particularmente estimulante –, este volume faz parte de uma trilogia, em que cada livro se foca num crime diferente, apesar da coletânea de personagens se manter. Recomendo sem reservas esta obra e aguardo com ansiedade a leitura dos próximos volumes.


15:40 Publicada por Unknown 2

sábado, 19 de janeiro de 2013

"Anjos e Demónios" de Dan Brown [Opinião Literária]

 
Título: Anjos e Demónios
Autores: Dan Brown
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Série Robert Langdon (nº1)

Sinopse:
Quando um famoso cientista do CERN é encontrado brutalmente assassinado, o professor de simbologia Robert Langdon é chamado para identificar o estranho símbolo gravado no peito do cientista. A sua conclusão é avassaladora: a marca é de uma antiga Irmandade chamada Iluminatti, supostamente extinta há séculos e inimiga da Igreja Católica.
Em Roma, o Colégio dos Cardeais está reunido para eleger um novo Papa quando se apercebe do rapto de quatro cardeais, ao mesmo tempo que a Guarda Suíça é informada de que uma perigosa arma está na Cidade do Vaticano com o propósito de a destruir. Robert Langdon – quem não o conhece? – ajudado desta vez por Victoria Vetra, cientista do CERN, procura desesperadamente a antimatéria no meio das intricadas pistas deixadas pelos Iluminati, lutando contra o tempo para salvar o Vaticano.

Opinião:
O primeiro livro a incorporar a personagem de Robert Langdon, mas o segundo que li (comecei pelo Código da Vinci), tenho que admitir que este foi uma surpresa bem mais agradável que o seu precedente. É um thriller emocionante, cheio de reviravoltas chocantes na hora certa.
A incorporação dos Illuminati na estória agradou-me bastante principalmente porque é uma componente histórica que me fascina desde sempre. Mais uma vez reconheço o mérito de Dan Brown em criar estórias complexas e com bom fundamento teórico.
É uma leitura muito intensa, que, apesar de se passar em menos de 24 horas, está repleta de conspirações, raptos, assassinatos, crimes, atentados – basicamente tudo o que implique suspense constante! Muito melhor do que o polémico Código da Vinci, aconselho a qualquer leitor que tencionava desistir de Dan Brown.
20:51 Publicada por Unknown 7

sábado, 29 de dezembro de 2012

"O Código da Vinci" de Dan Brown [Opinião Literária]

 

Título: O Código da Vinci
Autores: Dan Brown
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Série Robert Langdon (nº2)
Sinopse:
Robert Langdon, conceituado simbologista, está em Paris para fazer uma palestra quando recebe uma notícia inesperada: o velho curador do Louvre foi encontrado morto no museu, e um código indecifrável encontrado junto ao cadáver. Na tentativa de decifrar o estranho código, Langdon e uma dotada criptologista francesa, Sophie Neveu, descobrem, estupefactos, uma série de pistas inscritas nas obras de Leonardo da Vinci, que o pintor engenhosamente disfarçou.
Tudo se complica quando Langdon descobre uma surpreendente ligação: o falecido curador estava envolvido com o Priorado de Sião, uma sociedade secreta a que tinham pertencido Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Da Vinci, entre outros.

Opinião:
Não posso negar a razão da sua fama nem retirar o mérito a este autor, capaz de desenvolver um thriller que se lê rapidamente, com um ritmo acelerado e ação constante. Apesar disto, considero que as teorias apresentadas pelo autor não são propriamente inovadoras, mesmo reconhecendo a notável pesquisa histórica que sem dúvida efetuou. Portanto não achei o segredo final propriamente revolucionário nem chocante.
Algumas partes mais previsíveis, outras nem tanto, mas mesmo assim consegue ter algumas reviravoltas emocionantes. Gostei dos enigmas inteligentes que propõe ao longo do livro, mas achei as personagens por vezes unidimensionais e pouco desenvolvidas.
Talvez devido a todo o alarido em volta desta obra (porque tudo o que envolva a religião vende com facilidade) tenha acabado por ficar um pouco desiludida com a sua leitura.
17:44 Publicada por Unknown 2

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

"A Mão de Fátima" de Ildefonso Falcones [Opinião Literária]


Título: A Mão de Fátima
Autora: Ildefonso Falcones
Editora: Bertrand Editora

Sinopse:
Em 1568, nos vales e montes das Alpujarras, ouve-se o grito da rebelião: fartos de injustiças, saques e humilhações, os mouriscos enfrentam os cristãos e iniciam uma luta desigual que só poderia terminar com a sua derrota e consequente dispersão por todo o reino de Castela.
Entre os sublevados encontra-se o jovem Hernando. Filho de uma mourisca e do sacerdote que a violou, é repudiado pelos seus, devido à sua origem, e pelos cristãos, por força da cultura e dos costumes da sua família. Durante a insurreição conhece a brutalidade e crueldade de uns e de outros, mas também encontra o amor na figura da corajosa Fátima dos grandes olhos negros. Depois da derrota, obrigado a viver em Córdova e face às dificuldades da vida quotidiana, todas as suas forças se concentrarão em conseguir que a sua cultura e religião, as dos vencidos, recuperem a dignidade e o papel que merecem. Mas para isso deverá correr riscos…

Opinião:
Neste segundo romance de Ildefonso Falcones encontro mais uma vez a componente que me apaixonou na sua obra anterior: o rigor na caracterização histórica e o ambiente maravilhosamente detalhado. Ao longo da narrativa o leitor acompanha o quotidiano e as tradições muçulmanas, numa região dominada pela Cristandade. Apesar de, por vezes, se exceder nalgumas descrições e no ritmo lento da estória, o autor constrói um magnífico relato sobre o amor, o ódio, a vingança e a luta pelos ideais.  
Surge então uma personagem fascinante: Hernando Ruiz / Hamid Ibn Hamid, filho de uma muçulmana e de um pároco cristão, possuindo feições mouriscas mas traços cristãos. Por este motivo, é educado em ambas as religiões. E é esta ambiguidade no seu carácter que permite que o leitor acompanhe sempre a perspetiva de ambas as fés.
Contudo, também significa que Hernando esteja permanentemente dividido entre duas fações: lutando pela fé muçulmana enquanto finge ser cristão para passar impune perante a sociedade cordovesa. Mas Hernando rapidamente se apercebe que ambos os lados pretendem o mesmo: o poder sem limites. Em vez de seguirem os ensinamentos que proclamam, tanto os muçulmanos como os cristãos cometem atos bárbaros e sanguinários em nome da sua “fé” (ou, neste caso, das riquezas e do poder). Assim, Hernando passa a lutar, não pela imposição da fé muçulmana, mas sim pela convivência pacífica entre ambas as religiões.  
Este livro constitui uma crítica, pois, à ganância e à visão dogmática que a religião muitas vezes impõe. O autor expõe a inutilidade de lutar pela imposição de qualquer fé sobre outra, na medida em que apenas levará a mortes e perdas irreversíveis – e esta é uma lição que nunca deveria ser esquecida.
02:01 Publicada por Unknown 2

domingo, 9 de dezembro de 2012

"A Catedral do Mar" de Ildefonso Falcones [Opinião Literária]


Título: A Catedral do Mar
Autora: Ildefonso Falcones
Editora: Bertrand Editora

Sinopse:
Século XIV. A cidade de Barcelona vive a sua época de maior prosperidade; cresceu em direcção a Ribera, o bairro dos pescadores, cujos habitantes decidem construir, com o dinheiro de uns e o esforço de outros, o maior templo mariano jamais visto: Santa María de la Mar.
Paralelamente a esta construção desenrolam-se as atribulações de Arnau, um servo da gleba que foge dos abusos do senhor feudal e se refugia em Barcelona, como homem livre.
O jovem Arnau trabalha como palafreneiro, estivador, soldado e cambista. Uma vida extenuante, sempre amparada na Catedral do Mar, que o transporta da miséria à riqueza. A posição privilegiada que alcança desencadeia a inveja dos seus pares, que urdem uma sórdida conjura que o coloca nas mãos da Inquisição...

Opinião:
Este é um romance histórico brilhante, excelente para quem aprecia uma boa caracterização histórica. A reconstituição da cidade de Barcelona no século XIV está magnificamente construída. Assim, esta cidade ganha vida perante os nossos olhos, tornando-se impossível não nos embrenharmos totalmente na narrativa.
A estória centra-se em Arnau Estanyol, uma personagem cativante e uma excelente escolha para protagonista. Assistimos ao seu crescimento e evolução, passando por todas as suas peripécias financeiras e amorosas. Contudo, a sua estória tem sempre um denominador comum: a construção da Catedral de Santa María de la Mar. Esta é uma premissa muito semelhante à obra Os Pilares da Terra, de Ken Follett, mas a abordagem do autor acaba por ser bastante diferente. Enquanto que na obra de Follett a construção da catedral é o ponto principal da narrativa; na vida de Arnau esta catedral serve como uma lembrança do seu passado e uma ligação à única figura materna que conheceu – a Virgem Maria.
A pesquisa histórica realizada por Falcones é bastante notória, na medida em que o leitor facilmente tem acesso a explicações acerca do contexto da época. Porém, por vezes este conjunto de informações são um pouco fastidiosas, tornando a leitura mais lenta e aborrecida. Apesar disso, a escrita de Falcones é cuidada, envolvente e interessante na maior parte do tempo.
Em suma, foi uma leitura muito interessante, uma vez que abordou alguns temas que aprecio, como a Inquisição e o fanatismo religioso da época, mas cujo enredo por vezes desiludiu um pouco. No entanto, recomendo vivamente a sua leitura para quem aprecia romances históricos.
17:34 Publicada por Unknown 0

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

"A Marca do Assassino" de Daniel Silva [Opinião Literária]


Título: A Marca do Assassino

Autor: Daniel Silva

Editora: Bertrand Editora

Coleção: Série Michael Osbourne (nº1)

Sinopse:

Um ataque terrorista faz explodir o Voo 002 sem deixar a princípio qualquer pista que conduza aos autores do crime. Mas um cadáver encontrado junto dos destroços do avião tem o cartão-de-visita de um assassino implacável e esquivo: três marcas de balas no rosto. Michael Osbourne, agente da CIA especialista em terrorismo, conhece essa marca. Bem de mais. Impelido por uma obsessão que ameaça consumir-lhe a carreira, a família e a própria vida, Osbourne segue agora febrilmente o rasto do assassino. Mas num mundo de sombras e mentiras, intrigas e disfarce, o homem com uma missão expõe-se ao assassino mais brutal e diabólico à face da Terra…

Opinião:

Este livro inicia a narrativa com um episódio chocante: a estreia no mundo criminoso de um futuro potencial terrorista com apenas quinze anos. Pois é este o tema desta obra: o terrorismo.

Mas não só. Esta é também uma estória de personagens reais, palpáveis, de um chefe de família com dificuldade em cumprir as suas obrigações familiares, de um homem com um passado trágico e com uma carreira em perseguir terroristas que ameaça a sua própria vida. Este homem é Michael Osbourne, uma das melhores personagens que se poderia imaginar para uma estória de espionagem: um agente da CIA com uma dedicação e determinação imbatíveis, com o qual o leitor se emociona e identifica.

Apesar de por vezes abarcar alguns clichés, como assassinos a soldo, disputas internacionais, reviravoltas irrealistas, este é um romance de espionagem repleto de suspense e com um bom enredo a acompanhar.


00:25 Publicada por Unknown 0