"A Ilha Debaixo do Mar" de Isabel Allende [Opinião Literária]
Título: A Ilha Debaixo do Mar
Autora: Isabel
Allende
Editora: Edições
Inapa
Sinopse:
Para quem era uma escrava na Saint-Domingue dos finais do século XVIII,
Zarité tinha tido uma boa estrela: aos nove anos foi vendida a Toulouse
Valmorain, um rico fazendeiro, mas não conheceu nem o esgotamento das
plantações de cana, nem a asfixia e o sofrimento dos moinhos, porque foi sempre
uma escrava doméstica. A sua bondade natural, força de espírito e noção de
honra permitiram-lhe partilhar os segredos e a espiritualidade que ajudavam os
seus, os escravos, a sobreviver, e a conhecer as misérias dos amos, os brancos.
Zarité converteu-se no centro de um microcosmos que era um reflexo do
mundo da colónia: o amo Valmorain, a sua frágil esposa espanhola e o seu
sensível filho Maurice, o sábio Parmentier, o militar Relais e a cortesã mulata
Violette, Tante Rose, a curandeira, Gambo, o galante escravo rebelde… e outras
personagens de uma cruel conflagração que acabaria por arrasar a sua terra e
atirá-los para longe dela.
Quando foi levada pelo seu amo para Nova Orleães, Zarité iniciou uma nova etapa
onde alcançaria a sua maior aspiração: a liberdade. Para lá da dor e do amor,
da submissão e da independência, dos seus desejos e os que lhe tinham imposto
ao longo da sua vida, Zarité podia contemplá-la com serenidade e concluir que
tinha tido uma boa estrela.
Opinião:
Esta é uma estória emocional que explora a temática da escravatura
através dos olhos de Zarité, a personagem principal que nos conta o seu
percurso de vida, intercalando com a voz do narrador. Através de Teté
descobrimos um rol de personagens bem desenvolvidas, cativantes e complexas,
que o leitor aprenderá a amar e a odiar, tudo na mesma estória.
Ao longo da narrativa o leitor viaja até Saint-Domingue (atual Haiti)
no séc. XVIII, passando por França, Cuba e Nova Orleães, descobrindo a opressão
dos colonos franceses, as plantações de cana de açúcar, e a revolta dos escravos.
Com Teté descobrimos as modas e os costumes da época, sob a perspetiva de uma
escrava. Esta é uma personagem fabulosa, devido à forma simples, íntegra e honesta
como vive a sua vida, lutando determinadamente mesmo apesar das suas
fragilidades e das circunstâncias difíceis em que se encontra.
Este é um livro que faz pensar, que obriga o leitor a vivenciar a vida
árdua de quem se encontra privado do bem mais precioso que o ser humano possui –
a liberdade. Com personagens tão ricas e uma narrativa envolvente, com esta
obra aprendemos a importância de lutar por um futuro melhor e mais justo.
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