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domingo, 13 de janeiro de 2013

"A Ilha Debaixo do Mar" de Isabel Allende [Opinião Literária]


Título: A Ilha Debaixo do Mar
Autora: Isabel Allende
Editora: Edições Inapa

Sinopse:
Para quem era uma escrava na Saint-Domingue dos finais do século XVIII, Zarité tinha tido uma boa estrela: aos nove anos foi vendida a Toulouse Valmorain, um rico fazendeiro, mas não conheceu nem o esgotamento das plantações de cana, nem a asfixia e o sofrimento dos moinhos, porque foi sempre uma escrava doméstica. A sua bondade natural, força de espírito e noção de honra permitiram-lhe partilhar os segredos e a espiritualidade que ajudavam os seus, os escravos, a sobreviver, e a conhecer as misérias dos amos, os brancos.
Zarité converteu-se no centro de um microcosmos que era um reflexo do mundo da colónia: o amo Valmorain, a sua frágil esposa espanhola e o seu sensível filho Maurice, o sábio Parmentier, o militar Relais e a cortesã mulata Violette, Tante Rose, a curandeira, Gambo, o galante escravo rebelde… e outras personagens de uma cruel conflagração que acabaria por arrasar a sua terra e atirá-los para longe dela. Quando foi levada pelo seu amo para Nova Orleães, Zarité iniciou uma nova etapa onde alcançaria a sua maior aspiração: a liberdade. Para lá da dor e do amor, da submissão e da independência, dos seus desejos e os que lhe tinham imposto ao longo da sua vida, Zarité podia contemplá-la com serenidade e concluir que tinha tido uma boa estrela.

Opinião:
Esta é uma estória emocional que explora a temática da escravatura através dos olhos de Zarité, a personagem principal que nos conta o seu percurso de vida, intercalando com a voz do narrador. Através de Teté descobrimos um rol de personagens bem desenvolvidas, cativantes e complexas, que o leitor aprenderá a amar e a odiar, tudo na mesma estória.
Ao longo da narrativa o leitor viaja até Saint-Domingue (atual Haiti) no séc. XVIII, passando por França, Cuba e Nova Orleães, descobrindo a opressão dos colonos franceses, as plantações de cana de açúcar, e a revolta dos escravos. Com Teté descobrimos as modas e os costumes da época, sob a perspetiva de uma escrava. Esta é uma personagem fabulosa, devido à forma simples, íntegra e honesta como vive a sua vida, lutando determinadamente mesmo apesar das suas fragilidades e das circunstâncias difíceis em que se encontra.
Este é um livro que faz pensar, que obriga o leitor a vivenciar a vida árdua de quem se encontra privado do bem mais precioso que o ser humano possui – a liberdade. Com personagens tão ricas e uma narrativa envolvente, com esta obra aprendemos a importância de lutar por um futuro melhor e mais justo.

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